Como será o ano de 2024?
Chegamos ao fim da segunda semana do ano e apesar dos esforços de pessoas físicas, jurídicas ou públicas, basta ir para a rua, circular para observar que Arroio do Meio não é mais a mesma cidade. A devastação deixada pelas duas enchentes nas áreas mais periféricas, entrando até a área mais central da cidade está alterando a mobilidade urbana. Várias famílias e empresas que foram atingidas pelas enchentes acabaram optando por mudar de endereço e entre as áreas que estão sendo escolhidas está São Caetano e ERS-130, opções consideradas interessantes para não ter que passar pelo trauma de ter a casa ou o negócio invadido pelas enchentes, o que causa além de desconforto, prejuízos recorrentes, às vezes difíceis de recuperar em curto espaço de tempo.
INTEGRAR PODERES E ESFORÇO COLETIVO
Com os impactos deixados pela pandemia durante dois anos, a enchente de 2020, estiagem e mais duas enchentes no ano passado, não há como pensar que tudo continua normal. Que basta seguir o rumo que as coisas vão se acomodar e se ajeitar. Estamos passando por um momento muito complexo e crítico, que não permite deixar o barco seguir seu próprio rumo. Em diferentes momentos, Arroio do Meio fez escolhas, a partir de um planejamento, pela coragem e ousadia de alguns, apostando em alternativas como a industrialização, garantindo emprego e renda, investindo em melhorias na área da saúde, educação, mobilidade urbana, lazer, esportes, urbanização dos bairros de modo que as pessoas residentes nestes locais tivessem acesso facilitado à saúde, escolas e prática de esportes. Tivessem acima de tudo orgulho de morar nestes locais. As duas grandes enchentes mudaram muito o panorama do Centro e bairros Navegantes, São José, Tiradentes, boa parte da Barra, em algumas extensões da ERS-130, mais em direção a Palmas. Quantas pessoas já se mudaram? Quantas casas vão permanecer desabitadas? Talvez seria interessante que se tivesse estes dados, afinal é preciso ter um novo norte que exige um esforço coletivo. Já manifestamos esta preocupação neste espaço em outro momento e voltamos ao assunto porque entendemos que não podemos perder orgulho de morar aqui. Talvez seja o momento de começar a reunir as comunidades. Reuniões em excesso não são produtivas, mas neste momento, reunir e integrar líderes das comunidades e envolver além do Executivo, vereadores, empresários, prestadores de serviços, entidades para transformar os locais mais devastados, trará um novo alento para todos. Diz um ditado que “nada cai do céu” e de fato temos na história muitos exemplos de reconstrução e recomeços. Sabemos que a administração está assumindo boa parte do ônus, mas ações coletivas, bem planejadas com interação, podem fazer diferença, devolvendo um pouco mais a autoestima dos arroio-meenses. Uma das preocupações sempre são os recursos, que na atual conjuntura, estão cada vez mais escassos. Porém, acreditamos que pelo esforço conjunto, poderemos desenvolver algumas ações e campanhas com boa repercussão, sem envolver grandes investimentos.
Ano de eleições
Uma boa motivação para debater e levantar agendas e soluções são as próprias eleições municipais. Acredito que os últimos pleitos não geraram a necessidade de um debate mais profundo sobre o futuro do município. Parecia estar tudo indo muito bem. Não é a realidade atual. Mais carente de recursos estaduais e federais, o próprio município tem que criar ações que venham a beneficiar a sua população. Além de tornar a cidade mais agradável e bonita, encontrando soluções para as áreas mais devastadas, resolver crescentes problemas de segurança pública, em função do aumento do consumo de drogas e bebidas, estão entre as agendas que precisam estar na pauta de candidatos nestas próximas eleições. Algumas sema[1]nas atrás, o dono de um mercado se disse impressionado com o perfil de consumo. Enquanto percebeu a queda pelo consumo de gêneros de primeira necessidade e opção por produtos mais baratos, o mesmo não ocorreu com as bebidas alcoólicas.
200 ANOS DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ
Pelo entusiasmo, pelo empenho, pelo envolvimento dos organizadores, tudo indica que os 200 Anos da Imigração Alemã no Rio Grande do Sul serão memoráveis em Arroio do Meio. O Projeto 2024 que está em andamento está formalizando oficialmente a comissão, já tem uma programação sendo detalhada e que terá seu ponto alto nos dias 25,26,27 e 28 de julho. Pelo que tomamos conhecimento será um grande evento que vai ficar marcado na história. Festa gastronômica, shows, palestras, seminário temático, lançamento de livro farão parte da programação. Ao longo de 2023, o Rodas de Conversa, programas de rádio, espaços de divulgação aqui no jornal, já foram reforçando a importância da preservação de valores culturais deixados pelos imigrantes. No século XIX, a Alemanha enfrentava desafios como o aumento da população, dificuldade de acesso à terra, consequências de guerras, o que fez com que em busca de uma vida melhor para si e suas famílias, no dia 25 de julho de 1824, chegassem a São Leopoldo os primeiros imigrantes. Depois disso, houve ondas migratórias para outras regiões do estado.