Astros, cartas e búzios. Minha amiga Ana Maria confere tudo. “Chega! O ano passado foi horrível, quero uma chance a partir de janeiro”, exige, afirmando que a previsão é de uma 2024 perfeito às coisas de amor.
Pensei em comentar, mas achei melhor o silêncio respeitoso e um tanto cúmplice, afinal tive também que enfrentar algumas barras pesadas nos 365 dias encerrados. Mas não sou de ficar contando conjunções de estrelas para antecipar bem-aventuranças ou desgraças.
O que eu sei, e isso é científico, é que o novo ano estará repleto de fenômenos astronômicos. E nisso se incluem 12 chuvas de meteoros, conjunções planetárias, dois eclipses lunares e dois solares, além de superluas que tentarei fotografar (não com celular, pois fracassei na vez anterior). Mas Ana Maria (que detesta seu nome composto), já me disse que eu devia confiar na energia dos astros e suas mensagens.
O problema é que um ceticismo estratosférico me distancia dessa visão empírica sobre a ação dos corpos celestes em seres vivos, objetos animados ou inanimados. “Tens muita sensibilidade, muitas vezes previstes coisas que impressionaram”, contra-argumentou ela. Mas lembro que, na verdade, apenas agi de forma racional, quase científica. Estou longe de ser, por exemplo, um João Chrysostomo, o astrólogo que previu a vitória de Eliezer, no Big Brother Brasil (BBB).
Mas como minha amiga é sagitariana, acreditou nas previsões e diz que está com sorte. Viverá, quem sabe, um tempo de descobertas amorosas. Graças, segundo ela, a influência de Júpiter, aquele planeta semelhante a um pirulito Chupa Chups (com listras brancas e rosa) que vai reger nesse 2024.
Ela torce por novas aventuras românticas e, na semana passada a vi, com olhar bem apaixonado, em um café com sujeito que conheço bem, ou seja, é do tipo não aconselhável a abrir-se muito além dos botões da blusa. Mas aí lá vem Ana Maria com suas teorias astrológicas disposta a rasgar-se para explorar novas possibilidades afetivas.
Confesso que fui ler o que os astros me diziam para os próximos meses. E lá está o óbvio: muito além do que é previsto em nosso signo solar e ascendente, precisaremos dos mesmos sentimentos de luta, respeito ao próximo e equilíbrio. É o que dizem.
E se eu fosse astrônomo rezaria para que os humanos poluíssem menos – chega de satélites abandonados e lixo no espaço – para assim podermos, à moda Copérnico, observar melhor os astros. É a forma correta de sermos regentes de nossos próprios humores, amores e destinos (olha a astrologia aí). Com isso, 2024 será definitivamente, um verdadeiro ano de mudanças, entre estrelas e planetas. Acreditem, é a minha previsão.
Feliz Ano Novo!