O fenômeno El Niño começa a perder força a partir do mês de fevereiro. A previsão foi divulgada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As duas enchentes históricas que ocorreram em setembro e novembro foram influenciadas pelo fenômeno.
O observador meteorológico, Paulo Henrique Pinheiro, diz que o pico foi na primavera, momento da primeira tragédia, quando houve os recordes de chuva. “Como estamos no verão, o impacto acaba sendo menor. Ocorre que o El Ninõ é o aquecimento de uma zona do oceano Pacífico, enfraquece quando diminui a temperatura da superfície da água do referido oceano. Favorece invernos mais amenos e primaveras mais chuvosas. Além disso, nesse sistema há muita umidade e altas temperaturas.”
Pinheiro explica que, a partir da baixa do El Niño, a La Niña entra em ação. Com isso, a tendência é que os invernos sejam rigorosos e a estação das flores que começa em setembro seja mais seca, sem chuvas.
Sobre as enchentes na região, PH, como é conhecido, cita que não se pode dizer que, apenas o EL Niño, foi crucial para o acontecimento. “Foi algo atípico e um somatório de fatores como um El Niño muito forte. Os meteorologistas ainda estão pesquisando todas as causas disso que causou mortes e destruição nos vales e em outras regiões. A atmosfera é muito complexa e profunda, são massas de ar que se movimentam e a baixa pressão. Tudo também pode mudar, como há essa movimentação quando o assunto são as previsões do tempo. A notícia do enfraquecimento é boa para a região dos Vales e tranquiliza, pois o risco maior era na primavera e a tendência é de que volte a La Niña até o final do ano de 2024. Aqui é o inverso, o resfriamento das águas do Pacífico. Reduz, portanto, a possibilidade de grandes enchentes, mas não significa que não possam ocorrer. O fenômeno dificulta a formação de nuvens de chuva no Sul do Brasil.”
INMET
A Inmet projeta uma transição rápida dos dois fenômenos. Segundo as projeções probabilidade de La Niña no Pacífico no terceiro trimestre beira os 70% e no quarto trimestre chega a 80%.