Conversando com algumas pessoas do comércio e serviços de Arroio do Meio, numa análise do fim de ano e começo de 2024, houve uma unanimidade em relação ao crescimento de vendas, num percentual pequeno, mas até acima das expectativas, no pós-enchentes. Porém, ao fechar a contabilidade, o saldo frustrou. Numa análise aleatória com quem se conversa são apontados os seguintes fatores: aumento de custos que começa com pagamento de impostos excessivamente altos, aluguéis incompatíveis com o fluxo no movimento de pessoas – neste porém é apontada a urgência de um supermercado em Arroio do Meio, – o da Languiru trazia muitas pessoas que tinham relações associativas com a Cooperativa, além das pessoas que moram e trabalham no Centro e a demora ou falta de determinação de quem poderia pressionar por uma solução. Há um temor e casos de pessoas que estão saindo da cidade para morar em Lajeado, conciliando facilidades de loco[1]moção e custos mais compatíveis. Em relação ao supermercado, pelo que se sabe mais um passo foi dado e as negociações continuam.
Protestos dos agricultores na Europa
Nos últimos meses, têm sido recorrentes as notícias que vem da Europa, propagadas em diversos meios de informação, com vídeos em tempo real da insatisfação dos agricultores em relação às dificuldades que estão enfrentando, por conta dos custos de produção, retirada de subsídios, burocracia, agenda climática global. Estas manifestações ocorreram nos Países Baixos (Holanda), Romênia, Bélgica, Itália, Espanha e outros da União Europeia. Eles se intensificaram no fim do ano passado e nos últimos dias houve novos protestos, principalmente na Alemanha (fim do subsídio para o diesel de máquinas agrícolas) e França. Esta semana, os agricultores franceses e belgas montaram cerca de 100 bloqueios em rodovias e vias de acesso para pressionar o governo a flexibilizar regras ambientais e protegê-los dos aumentos de custos e importações baratas, alegando que a agricultura pode acabar. Embora cada país tenha suas particularidades, de um modo geral os protestos são contra regras burocráticas, ambientais, comerciais, tributárias incompatíveis com os custos de produção. A guerra da Ucrânia continua interferindo fortemente nas relações comerciais, de modo que os agricultores protestam inclusive contra a liberação de taxas para as importações desde a in[1]vasão russa, bem como a renovação de acordos com o Mercosul.
E o Brasil? Protagonismo
Em entrevista na Band no último domingo, o ex-ministro e professor emérito da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues falou sobre o desempenho extraordinário do agronegócio do Brasil que cresceu em produtividade graças ao uso da tecnologia e apontou que é fundamental que o Governo Lula compreenda a importância do setor e harmonize os interesses entre ministérios e agências, diante das demandas. “O mundo vai explodir em demandas por alimentos, energia, e fibras gerando emprego e renda nos países tropicais. E o Brasil tem que ser o protagonista disso. É o único país sustentável. É necessário ter uma estratégia que leve em consideração acordos comerciais, infraestrutura, seguro rural, renda no campo, sustentabilidade, para que esta responsabilidade seja assumida pelo país.” A fala do ex-ministro é interessante porque reflete sobre nossa política estratégica em relação ao agro. Não está clara a posição do Governo Lula em relação à importância do agronegócio e manutenção e proteção da nossa soberania e protagonismo neste segmento, uma vez que seguidamente critica o agro e confunde ações ilegais por parte de garimpeiros e outros aproveitadores com o que de fato grandes, médios e pequenos produtores investem e produzem.
Mulheres e mamografia
A mamografia é fundamental para a detecção do câncer de mama. Pelo exame se pode rastrear e diagnosticar se a mulher está com um indício ou não de câncer nas mamas, e caso o diagnóstico aponte algum problema, o tratamento pode salvar a mulher. Como a mamografia tem caráter preventivo, quanto mais cedo começa o tratamento melhor. Por isto é recomendado que toda a mulher faça o exame anualmente a partir dos 40 anos. Desde que o Hospital São José de Arroio do Meio pediu o descredenciamento deste serviço pelo SUS, em função da defasagem paga por exame, atualmente em R$ 45, as mulheres de Arroio do Meio vão a Encantado. O Município disponibiliza o transporte e faz o encaminhamento deste serviço para as 61 fichas disponíveis. Como há uma demanda excedente, a Administração de Arroio do Meio está alinhando com o HSJ ampliar estes atendimentos, porém pagando um valor superior para que se torne viável o serviço. Renato Schmidt, especialista em gestão de saúde, confirmou que é possível que ainda em fevereiro este serviço possa ser agregado. É bom lembrar que as demandas na área da Saúde estão aumentando. Em 2023, Arroio do Meio comprometeu em torno de 27% do seu orçamento para a Saúde, assumindo compromissos, assim como muitos outros, que não seriam de sua responsabilidade.