Depois de muitos anos fui à praia neste feriadão de Carnaval. Aliás, a aventura durou apenas parte do feriado. Fui no sábado de manhã – uma viagem de quatro horas – e retornei na segunda-feira para fugir do sufoco da volta de free-way lotada na terça ou quarta-feira. Foi uma experiência rápida, mas tremendamente saudável para minha cabeça.
Estive no Litoral a convite do casal Enio e Carla Meneghini, na Praia Real. É um pequeno balneário a dez quilômetros de Torres. Na mesma casa estavam os casais amigos, Fernando e Magda Palaoro Buttini, e Eduardo e Elisa Jung. No domingo de Carnaval nos reunimos à beira mar com vários amigos de Arroio do Meio e de Lajeado.
Frequentador há décadas das nossas praias pude constatar mudanças, muitas resultado do avenço tecnológico. Como toda novidade, no início, relutei em aceitar, mas aderi ao uso de TAG. Trata-se daquele dispositivo adesivo colado no interior do para-brisa do veículo. O dispositivo permite passar pelos pedágios sem parar nas cabines. O pagamento é feito posteriormente.
A vida é curta, ninguém é de ferro e
confraternizar com amigos não tem preço!
Passei por dois pedágios e confesso minha satisfação – quase sádica, confesso! – ao ver as longas filas que se formaram em Gravataí e Santo Antônio da Patrulha ficarem para trás. Sou do tempo – adoro empregar esta expressão – em que a free-way tinha apenas duas pistas em cada sentido. Era setembro de 1973 quando a novidade chegou ao Estado e permitia a incrível velocidade máxima de 120 km/h.Hoje, com três ou quatro pistas, veículos leves podem trafegar no máximo a 110 km/h. Apesar da polêmica dos pedágios, sou favorável ao sistema com tarifas justas. O que não acontece da BR-116 (Sul do Estado), onde a concessionária cobra “apenas” o pedágio mais caro do país, ao custo exorbitante de R$ 19,60.
O sistema, também empregado BR-386, não é perfeito. Mas dispor de manutenção permanente, serviços de guincho e de socorro, é um alento para quem, como eu, testemunhei dezenas de acidentes que custaram a vida de vários amigos na antiga Estrada da Produção.
Buenos, como disse no início, tive dois dias de inúmeras alegrias, de muitas risadas, recordações “made in Arroio do Meio”. Tudo, é claro, com muito churrasco, chimarrão e cerveja gelada. Afinal, a vida é curta, ninguém é de ferro e confraternizar com amigos… não tem preço!