Durante um evento em São Paulo em abril de 2022, quando estava se esboçando a campanha política das eleições presidenciais, Lula então pré-candidato, causou polêmica pelas falas que criticaram a classe média e o aborto, uma pauta defendida por setores de esquerda, sem ser unanimidade. Em relação à classe média, Lula disse que a brasileira é escravista. “Nós temos uma classe média que ostenta, um padrão que não tem na Europa, que não tem em muitos lugares. As pessoas são mais humildes. Aqui na América Latina, a classe média ostenta um padrão de vida acima do necessário. É uma pena que a gente não tem uma aula sobre o que é necessário para sobreviver. Tem um limite para me contentar como ser humano. Eu quero uma casa, eu quero casar, eu quero ter um carro, eu quero uma televisão. Não precisa ter uma de cada. Uma já está boa”. No discurso, o então pré-candidato defendeu que deveria ter um limite para o consumo da classe média. Esta semana, Lula anunciou que estão para ser oficializados vários programas de crédito para fomentar a economia com crédito consignado. “Nós vamos anunciar crédito consignado para o conjunto da classe trabalhadora, porque hoje o crédito consignado é só para aposentados e funcionários públicos. E são mais de 40 milhões que vão ter acesso”, disse em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar para a Rede TV esta semana. Lula também disse que quer “criar um país de classe média”. O consignado é uma modalidade mais barata de empréstimo nas principais instituições financeiras, com desconto direto na folha de pagamento. Êta Brasil. Como nos disse o Paulo Grassi, dívida não é problema. Tem lastro. No fim das contas, o tomador de empréstimos para consumo vai ter que religiosamente pagar e ficar cada vez mais pobre, o que claro, é uma dependência útil. Muito útil para projetos de poder. Sobre esta reedição de programas que já faziam parte dos governos anteriores de Lula e Dilma, outros economistas e gestores acreditam num caminho diverso, a exemplo do professor Mangabeira que foi um dos gurus do próprio PT e mentor intelectual do Ciro Gomes na sua campanha em 2022. Mangabeira que integrou os governos anteriores de Lula, afirma que o Brasil não tem um projeto de desenvolvimento e que tanto Lula quanto o ministro da Fazenda Haddad, estão mais preocupados em agradar os grandes capitais ao que ele chama de política de rentismo financeiro e pobrismo. Esta ideia absurda de ficar de joelhos diante do mercado financeiro enquanto distribui um restinho para os pobres (o que é útil na cooptação de votos), não traz desenvolvimento. O que Mangabeira defende é que deveria haver programas com ênfase em modelos produtivos respeitando diferenças regionais, transformação radical na educação e projetos de crescimento social com inteligência e não arcaicos como estão sendo reeditados.
CASAS PARA ARROIO DO MEIO E TRAVESSEIRO
O anúncio de recursos federais para construção de 27 casas em Arroio do Meio e Travesseiro, feito ontem em Muçum, traz otimismo e alento porque os recursos representam mais de R$ 2 milhões. Além das casas para Arroio do Meio, outras seis foram anunciadas para o município de Travesseiro. A liberação e começo das obras ainda sem data definida, traz um aporte para famílias em condições mais vulneráveis que se intensificaram depois das duas enchentes do ano passado.
QUEM APOIA BOLSONARO?
Segundo Paulo Grassi, líder sindical e do Partido dos Trabalhadores, Bolsonaro consegue adesão porque tem apoio da classe média, dos militares e das religiões fundamentalistas.
INDUSTRIALIZAÇÃO
Também segundo o ex-vereador Paulo Grassi, também lembrado para ser candidato nas próximas eleições municipais, o endividamento das empresas brasileiras não é problema, porque o País tem lastro. O problema são os juros no Brasil, controlados pelo Banco Central, (independente) o que tira a responsabilidade do Governo. Contrário à liberdade econômica, ele defende que o Governo tenha maior ingerência sobre as empresas, organizando-as e fazendo o planejamento necessário especialmente em setores estratégicos da indústria que é essencial para o crescimento do país segundo ele. Ele acredita que alimentação e sua distribuição não são um grande problema e avalia que quando o preço da soja e do milho caem como commodity é bom para o pequeno produtor
MULTIDÃO NA PAULISTA
Foi grande a manifestação em apoio ao ex-presidente Bolsonaro no último domingo. Participaram do ato, quatro governadores, dois vices, 13 senadores, e muitos deputados federais e estaduais, além de prefeitos, vereadores e líderes políticos de diferentes partidos da Direita. Pais e mães de família, jovens, homens e mulheres de diferentes partes do Brasil. O deputado Marcel van Hattem (Novo- RS) que esteve presente na manifestação disse que ela mostrou que o ex-presidente Bolsonaro é a principal liderança da Direita e que a participação de políticos com mandato demonstrou força e unidade dos que querem e acreditam num modelo de desenvolvimento baseado em valores que defendem proteção à família, religião, educação sem doutrinação ideológica, segurança pública, combate ao tráfico, drogas, corrupção e livre mercado.