Sábado participei de mais uma atividade do tipo “de volta para o passado”, em um evento no campo do 7 de Setembro, de São Caetano. É local de recordações afetivas da infância e adolescência. Lá ia aos jogos acompanhado de meu pai, o velho Giba, e do vô, Bruno Kirst. Depois frequentei o gramado, como dublê de atleta do “segundo quadro”. Nos jogos fora de casa o deslocamento era feito na carroceria de um caminhão,
O motivo do encontro com velhos e diletos amigos foi uma churrasqueada promovida pelo The Horse. Era aqueles megachurrasco, composto de um varal onde pendiam cortes de carne, frutas e legumes, mantidos sob fogo brando ao longo do dia. Uma orgia gastronômica!
Cheguei cedo à comilança. Já havia muitas caras conhecidas espalhadas pela área, cujo local mudou pela ameaça de chuva. Aos poucos, o quórum aumentou significativamente.
Lá pelas tantas as travessas foram expostas com salsichão, ovelha, gado, franco, abacaxi, caponata de legumes e outras delícias. A comilança co-meçou de boa, mas a volúpia da fome causou congestionamentos, fenômeno que se estendeu à copa, com destaque para o chope tirado no capricho.
É impossível lembrar o nome de tantos afetos cultivados nestes meus 63 anos. Destaco a queridona amiga Ângela Tasca, que fazia aniversário e veio de Lajeado comemorar.
Recordações de boates de garagem, campeonato
da praça, Morro Gaúcho e filmes no Cine Real
O som esteve a cargo da dupla Tiqueta no microfone/violão e Júnior Fleck na percussão. Vez por outra a suavidade sonora foi comprometida pela voz esganiçada do Jacaré. Mas depois do foguetório de recepção que ele promoveu foi perdoado.
Estas ocasiões, como o churrasco do The Horse, faz um bem danado pra alma da gente. Cada rosto fazia despontar uma recordação gostosa “dos bons tempos”. Tempos de encontros “ao vivo e a cores” na campeonato da praça, no Cine Real, na reunião dançante de garagem ou do Clube Esportivo ou no passeio ao Morro Gaúcho domingo à tarde.
Era tempo de namoros e flertes, de contato olho no olho, compartilhamento de momentos inesquecíveis onde o contato humano era onipresente. Uma época de tecnologia inexistente, mas de humanismo, solidariedade, parceria e valorização da família, de valores e princípios.
Como diria o inesquecível Odorico Parguaçu, personagem de Paulo Gracindo da novela “O Bem Amado”, no sábado dormi com a alma lavada e enxaguada de alegria! Isso não tem preço!