Neste sábado, às 10h, será inaugurado o histórico e aguardado asfalto no trecho de 7,7 Km na ERS-482. Aguardado há tantos anos, o que está resumido em reportagem feita pelo Solano A. Linck. Em suas diferentes fases, teve envolvimento e participação de diversos agentes públicos, mas a permanente mobilização e pressão da população foi fundamental para que a obra saísse do papel, o que levou o Município a assumir 70% dos custos com financiamento aprovado pelo Legislativo, diante da incapacidade do Estado de assumir toda a obra. Agora só restam os discursos, o corte da fita e a festa de integração e parabenizar a população do percurso por ter mantido a mobilização.
Para onde vamos?
Muita gente se pergunta para onde vai a vida do brasileiro? A boa vida do brasileiro alinhada com sua natureza criativa, talvez possa ser resumida em ter liberdade de se manifestar, em ter direito de ir e vir, empreender, em ter emprego, casa para morar, acesso ao lazer, em ter acesso à saúde de qualidade, educação e não menos importante segurança pública para não ser assaltado, morto, ser refém da bandidagem ou de algum tirano e por aí vai. Mas quantos têm acesso a esta condição e por quanto tempo? Esta condição está em evolução ou em queda? Um dos aspectos na divisão de responsabilidades depende da produção para gerar impostos e de gestão eficiente de recursos e políticas públicas que atendam as expectativas do cidadão. Para promover desenvolvimento é preciso colocar em prática uma grande engrenagem produtiva, envolvendo além de iniciativas e autonomias individuais, micros, pequenas, médias e grandes empresas, de diferentes setores, uma boa matriz tecnológica, educacional através de instituições e entidades confiáveis que trabalhem conceitos eficientes pelo bem-estar coletivo. O Governo para desenvolver suas políticas públicas e distribuição de recursos de diferentes formas o faz com dinheiro que vem de impostos, como já dito. Porque em si, o governo não produz. No caso do Brasil, convém lembrar, os impostos estão entre os mais caros do mundo. Em média, o total gasto pelo contribuinte em impostos sobre renda, patrimônio e consumo é de 40,28%. Estudos indicam que há uma tendência desta tributação aumentar ainda mais. E aí? Tudo certo? Não. Não existe uma política eficiente de cortes de gastos por parte do governo central (que abocanha maior parte dos impostos) ou uma compreensão e defesa clara sobre a importância da matriz produtiva, da livre iniciativa, da liberdade econômica. Muito pelo contrário. Soma-se a esta visão recessiva, a distribuição ineficiente dos recursos, o apadrinhamento, a corrupção (da qual nem se fala mais … pelo contrário ela foi institucionalizada em alguns setores), a falta de independência entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Com o alinhamento, blindagem, proteção, na camada de cima para determinadas figuras e personalidades (é fácil identificar) e perseguição a outros se instala a falta de segurança jurídica e política. Este cenário não é bom para atrair e estimular investimentos externos e internos para que possamos evoluir e garantir a execução e o bem-estar da maioria. Pelo contrário afugenta quem é de fora que estava aqui e afugenta gente daqui que vai trabalhar e atuar fora. Os exemplos estão visíveis. De uma forma simples: sem dinheiro, sem produção/produtividade/eficiência não há como desenvolver saneamento básico, estradas, saúde, educação, segurança pública. A gastança sem medida em vários poderes, sem comprometimento com o povo, sem cumprimento das regras da Constituição, representa um atraso cultural, histórico e econômico mesmo num país tão rico e cheio de oportunidades, como é o caso do Brasil. Em nome de que?
VALOR DE QUEM PENSA DIFERENTE
Outro fator que joga contra, é que na história recente está sendo acintosa a violação de direitos individuais e coletivos. Numa democracia para que os direitos sejam respeitados o papel da oposição é fundamental. Nem sempre a oposição exerce seu papel de forma adequada. Às vezes por falta de preparo, conforto, blindagem própria. Palmas para os que resistem. A eleição do presidente Bolsonaro em 2018 entre outras medidas, mexeu no sistema e ameaçou privilégios de algumas classes ao propor mais Brasil e menos Estado e lançou para o debate temas ligados a valores, que estavam meio perdidos, como amor à Pátria, valorização da vida e da família e preceitos ligados à fé. São temas que não agradam a muitos players. Diante da complexidade em defender nossa soberania e democracia, diante de tantos interesses internos e externos, uma oposição política qualificada no Congresso, uma imprensa e um povo livre para se manifestar são essenciais. Felizmente bom número dos parlamentares conservadores, liberais e de Direita, a exemplo de Marcelo van Hattem, têm feito defesas corajosas diante das arbitrariedades que estão sendo impostas por signatário da Corte. Tanto no parlamento em Brasília, quanto fora, as manifestações são para chamar atenção de organismos internacionais da violação de direitos que está ocorrendo no Brasil. Da mesma forma, muitos jornalistas independentes têm feito defesas brilhantes em prol do Estado de Direito, já que parte da grande mídia tradicional foi cooptada, e acaba exercendo jornalismo oficial. No atual estágio político, jurídico e até econômico, pessoas que se empenham em mostrar o contraditório somam para manter a nossa democracia e soberania, que certamente a médio e longo prazo será mais profícua para todos nós brasileiros.