Nas ruas da cidade, bairros e interior o que se observa e ouve é que há muita gente exausta fisicamente, cansada mentalmente, mas de alma guerreira que não foge da luta e que se enche de esperança. Em centenas de casas, estabelecimentos comerciais, industriais, propriedades rurais os prejuízos sentimentais, afetivos e econômicos são incalculáveis, mas predomina felizmente, um sentimento de que é preciso seguir, apesar da incerteza. Muito além da devastação existe um extraordinário espírito de solidariedade e apoio que une as pessoas e restabelece os ambientes para continuar a vida e restabelecer atividades de trabalho. São impressionantes as equipes de voluntários que abrem caminho e luzes pelos escombros trazendo alento. São exemplos a ser seguidos.
Habitação e infraestrutura
“O cenário é devastador e trágico sob o ponto de vista da engenharia e infraestrutura. Nunca vi algo parecido”. A constatação é do engenheiro Adelar Lopes, que ocupa atualmente o cargo de Coordenador de Habitação e Ações Estratégicas da Defesa Civil Nacional. Ele conhece a região, já acompanhou as duas enchentes do ano passado em setembro e novembro. Na quarta-feira junto com o apoio de integrantes da Defesa Civil de Maceió/ Alagoas esteve em Arroio do Meio. A prioridade foi fazer um levantamento com drones para mapear a destruição em Arroio do Meio e juntar estes dados aos projetos e encaminhamento de soluções habitacionais. O levantamento dos dados coordenado pela Defesa Civil Nacional chefiada pelo engenheiro Lopes junto com Ionara Magalhães, secretária de Planejamento e Habitação de Arroio do Meio ainda não concluiu os trabalhos sobre as perdas habitacionais, pontes e acessos. Além do mapeamento na cidade e bairros o trabalho também abrange o interior onde houve mais deslizamentos.
Adotados por Chapecó
A partir da próxima semana, uma grande estrutura de apoio estará em Arroio do Meio, vinda do município catarinense de Chapecó. O prefeito João Rodrigues anunciou pelas redes sociais e entrevistas em rádio que para revitalizar a cidade e ajudar na reconstrução vai enviar 100 voluntários e 25 veículos. Uma equipe e comunicação da Defesa Civil de Chapecó e local já está fazendo um levantamento das principais demandas. Entre os equipamentos pesados vem um comboio com quatro retroescavadeiras, duas escavadeiras hidráulicas, um rolo compactador, duas patrolas e caminhões. Além destes equipamentos o próprio prefeito pediu enxadas, rodos, vassouras, material de limpeza, higiene pessoal, cobertores, casinhas para pets…
DRAGAGEM DO RIO
Além da forte campanha Juntos Pela Ponte, movimento em pleno andamento, que foi lançada na semana passada para captar recursos e reconstruir a Ponte de Ferro entre Arroio do Meio e Lajeado, tem outra prioridade: a dragagem do rio. Se os imóveis, ruas, lavouras, acessos e pontes ficaram cheios de entulhos imaginem o leito do rio. A dedução é simples. A calha está cheia e a inundação avança. Não só aqui. Muito tem se falado sobre a necessidade desde o ano passado. Aliás, desde a cheia de 2020. Precisa de investimentos? Sim. Mas precisamos definir prioridades