Na quarta-feira passada foi dia dos namorados e para além da data comercial lembra-se amor na sua forma genuína e das várias formas de solidariedade que acompanhei pós enchente que quero dar o mote para o texto dessa semana e de resiliência, que também é amor. Vou falar de amor e ao som de piano, da maravilhosa e artista nossa, Maria Angélica Halmeschlaguer Schmidt, esposa do doutor da cidade, seu Ricardo Schmidt.
Estar enamorado deveria ser um estado para todo e sempre. Gostar de alguém e expressar esse amor o tempo todo, através de gestos, porque de palavras estamos e as redes sociais também, cheios. Escrever é muito fácil, mas conviver com a pessoa, entendê-la, respeitá-la é um ato de resiliência. Hoje, estamos na era dos relacionamentos líquidos que vão e vêm, e feitos de demonstrações, mas que cansam e como não são sustentadas em valores ético-morais e espirituais, se esvaem.
Sobre a enchente, impressionante, o que se vê de comovente, pós evento traumático. Um desses gestos de amor foi liderado pela cantora Luisa Sonza, que realizou o evento “Salve o Sul”, com vários artistas para ajudar a sua terra natal. Num mundo comercial onde se pensa só ‘no umbigo’ é louvável uma atitude dessas. Foram arrecadadas muitas verbas que certamente vão ajudar a muitos.
Nas postagens vi, também, para falar da nossa cidade, o pessoal de Chapecó nos ajudando, os amigos Tetê, Carolina Caser, Amanda Casaril, o’ Noa’ fazendo acontecer e se doando ao outro, isso é resiliência, isso é amor. Enquanto muitos estão em casa, outros estão ajudando e ‘botando a mão na massa’. E assim, você deve lembrar de outras pessoas que foram lá e ajudaram alguém. Tinham todos os motivos do mundo para não fazê-lo, mas fizeram.
Aprendi uma lição, aliás várias com a doença do meu pai, sobre amor. Primeiro que o amor nos dá forças que nem sabemos de onde vêm e do seu poder mais genuíno. Também muito importante colocar-se no lugar do outro; essa enchente, por exemplo, não sabemos quem foi afetado, de tanta gente: não teve raça, cor, gênero e classe social. Outra coisa, nunca sabemos a dor que o outro está sentindo, para cada um ela tem um peso e nós não temos como mensurar. Pode ser que não foi a enchente, mas a perda de um ente querido, ou saúde. Acredito que temos um grande poder, toda vez que encontramos alguém, de deixa-la melhor. As nossas palavras amenizam e até curam o outro.
E, para finalizar, em tempos de hospital, notei o quanto é importante um gesto, uma palavra do médico, do enfermeiro, de alguém que te encontra na saída ou entrada da casa de saúde. O quanto uma mensagem e uma visita te deixam melhor. Estamos falando de solidariedade, de resiliência, de empatia. Affe, tenho tanto a falar, mas por hoje é isso. Bom fim de semana a todos com muitos gestos de amor.