
Faz pouco mais de um ano da maior catástrofe climática que assolou a nossa região. Seria redundante recordar o que milhares de conterrâneos sofreram ao longo de dias seguidos de muita chuva, destruição, desespero e tristeza.
A enchente foi uma oportunidade preciosa para aprendermos inúmeras lições – humanas e materiais. Até hoje um grande contingente de pessoas ainda ajuda, ampara e socorre quem perdeu tudo: patrimônio, sonhos e familiares.
Apesar da tragédia, o egoísmo campeia solto. É marca registrada do nosso tempo em que a tecnologia é mais valorizada que o contato humano. Ficar diante de uma tela consome muito do nosso cotidiano em detrimento de encontros pessoais e bate-papos.
A tragédia das águas serviu, também, para mostrar que ninguém está livre dos episódios climáticos. Locais jamais atingidos pelas águas foram devastados. Prejuízos nunca antes imaginados somaram-se à preocupação permanente a cada enxurrada.
A enchente deve ser inspiração
para construir novos tempos
A reconstrução do Vale do Taquari – e de boa parte do Rio Grande do Sul – depende das autoridades eleitas por nós. Ano que vem teremos mais uma eleição – para presidente da república, governador, senador, deputados federais e estaduais.
São cargos de enorme importância que impactam em nossas vidas, a exemplo do que ocorre com os vereadores e prefeitos. Na hora do voto será fundamental refletir. Lembrar do que perdemos e do que foi prometido. Recordar as entrevistas das autoridades, dos vídeos e dos discursos recheados de promessas do tipo “cada um de vocês terá uma casinha”.
Mas foi graças à força de entidades privadas, clubes de serviços, voluntários (inclusive de outros Estados e países) e da determinação da nossa gente que residências definitivas foram entregues. Esta garra também reergueu pontes, recuperou estradas, escolas e distribuiu toneladas de mantimentos, roupas e calçados.
Há muito por fazer. Por isso, refletir na hora de votar é fundamental para não sermos outra vez enganados por falsos profetas que prometem soluções rápidas. Chega de desculpas. 2026 será um ano fundamental para a recuperação da nossa região.
Isto é responsabilidade de cada um. A enchente deve servir de inspiração para construirmos novos tempos.

