
Depois de um breve recesso estou de volta às páginas do nosso “O Alto Taquari” para retomar a troca de ideias com os amigos leitores. Pela segunda vez na vida gozei de 30 dias de férias que, no cômputo final – saí pouco antes do Carnaval – chegaram a incríveis 36 dias de sombra e água fresca. O mais condizente com a realidade seria dizer “com muito sol e cerveja gelada”.
Na maior parte deste período permaneci na praia, em um apartamento a menos de 50 metros do mar, o que foi sensacional. Sou praieiro assumido. Daqueles que passam o dia na beira da praia até escurecer. O imóvel foi alugado diretamente com a proprietária, dona Ana Lúcia Becker Rohlfes. É uma simpática professora da Unisc, de Santa Cruz do Sul, cuja gentileza e atenção são incríveis.
Trata-se de um apê pequeno, de um quarto, muito bem cuidado e totalmente equipado. Conta com uma bela sacada, com vista para o mar. Era ali que me acomodava logo cedo para ler os jornais do dia e cevar um chimarrão no capricho. Em seguida saía para caminhar, quase sempre no calçadão, e para tomar um café acompanhado de um sanduíche de cacetinho com salamito e queijo em alguma padaria distante.
Depois da folga, momento é de
refletir sobre a parada definitiva
Depois da temporada litorânea foram alguns dias de vivência em Porto Alegre, em casa, sem viajar, ao contrário do previsto. Foi um período muito bom que serviu para refletir sobre a importância de “descansar a cabeça” e projetar o futuro. Aposentado há cinco anos, jamais pensei em parar totalmente e adotar o cotidiano do tipo “ir para casa sem fazer nada”.
São mais de quatro décadas cumprindo expediente em uma rotina que inclui interagir com colegas e amigos, exercício que para mim é fundamental para a saúde mental. Apesar de refutar a possibilidade de parar por completo, ao longo desta minha folga refleti com atenção sobre o assunto e as implicações.
Aos 65 anos – que serão completados em junho – costumo dizer que “estou mais perto da bandeirada de chegada do que do pódio”. Isto significa a necessidade de aproveitar a vida, viajar, dormir até mais tarde e confraternizar com velhos parceiros, exercício que cultuo com prazer. Não resta muito tempo, apesar da saúde física estar em dia e os indicadores dentro do esperado.
Os próximos meses serão de planejar a parada. Ver o que será mais saudável, prazeroso e indicado para este alemão inquieto e ansioso. Como sempre, o tempo é o senhor da razão.

