
Estive uma noite dessa semana sem luz. E fiquei na companhia de velas. As luzes que resplandeciam desse objeto tão inusitado da nossa convivência diária, foi minha companhia. Confesso que no começo bate um desespero, especialmente pela falta de banho que isso iria acarretar. Mas, logo surge o pensamento: e como faziam antigamente?
Tudo passa! Fiz desse momento um rico passar de horas. Estava comigo, minha madrinha e aproveitamos para colocar toda a conversa em dia. As velas, pela sua mobilidade, também me permitiram preparar um lanchinho e um chimarrão que não pode faltar no entardecer. Conversamos, sobre as dificuldades que se avizinham quando não tem luz e de que como se “viravam” nos tempos idos. Tudo passa. Hoje, a luz nos trouxe um conforto sem igual. Qualidade de vida. Mas sempre importante lembrar que a luz pode faltar.
E logo, em poucos minutos meu celular fica sem bateria. Bate outro desespero. O que me salvou? A vizinha. Como é bom ter vizinhos e, às vezes, não nos damos conta desse detalhe. Assim como ela guardou para mim uma medicação que precisa estar refrigerada para ter sua eficácia.
Vocês vão rir agora, mas tive dificuldade em me maquiar no outro dia, pois os detalhes não contemplavam a pouca luz que eu tinha. Não fez mal, eu podia concertar no local de trabalho.
Essa rápida escrita nos mostra que, às vezes nossa rotina foge do ‘piloto automático’ e temos que achar outras alternativas para viver. Acredito muito, também, em sinais que aparecem para nos mostrar que precisamos parar e repensar algumas coisas, que nem tudo está no nosso controle e que desacelerar é bom. Eu desacelerei mesmo e fui dormir bem antes que o comum, mas não sem ter conversado mais que o normal com minha madrinha à luz de velas.
Não digo para experimentar isso, mas se acontecer, esteja preparado com um foco, uma vela e não se desespere; faça do “limão, uma limonada”. Tudo passa! No outro dia já amanheci com a casa toda iluminada. Iluminada pelo lindo dia e pela luz elétrica, também tão necessária.