Por Liniker Duarte
Na comunidade de Linha São Miguel, interior do município de Travesseiro, vive o agricultor e suinocultor Jonas André Morari, de 40 anos. Pai de dois filhos, um de 14 anos e outro de sete anos, carrega com orgulho as técnicas e explicações na agricultura, ensinadas pelos seus pais, desde criança. Com mais de 70 hectares de terra, sua família atua na produção de genética bovina da raça Braford, e aliando o trabalho ao uso sustentável dos dejetos suínos, utilizam pastagens permanentes da variedade Estrela Roxa Africana.
O empreendedor agrícola tem paixão pelo que faz e pelo interior. Segundo ele, é lugar de paz e tranquilidade para se viver bem com qualidade de vida. É oportunidade de ficar longe dos problemas que as grandes metrópoles trazem. “Para mim é poder trabalhar tranquilo, longe da violência e demais realidades que as cidades têm”, afirma.
INVESTIMENTO NA SUINOCULTURA
Com 19 anos dedicados à suinocultura, Morari comanda uma unidade produtora de leitões com 850 matrizes, numa operação que funciona o ano inteiro, sem intervalo, em parceria com a Suinocultura Birck, de Santo Cristo/RS.
Para manter uma estrutura adequada aos animais e para quem trabalha no local, foi realizado um investimento de R$5 milhões na propriedade que agora conta com tecnologia de ponta: climatização nos galpões, sistemas automatizados para a alimentação animal, aquecimento para os leitões e modernos controles de produção — tudo voltado para melhorar o desempenho dos animais e proporcionar melhores condições de trabalho para todos os envolvidos.
Jonas também enxerga com bons olhos o papel da Administração Municipal e das empresas parceiras que, segundo ele, tem dado o suporte necessário ao produtor rural. “Travesseiro é exemplo. Existem inúmeras leis de incentivos em todas as áreas agrícolas. Inclusive, outros municípios do Estado vêm até aqui conhecer nossa legislação. Este investimento só foi possível graças a Prefeitura de Travesseiro através da Secretaria de Agricultura, à agência Sicredi do município e às indústrias de nutrição que nos fornecem a ração; a Cargill Nutron e a Mig Plus agroindustrial”, explica.
Porém, nem tudo são flores. O agricultor lamenta a falta de apoio dos governos estadual e federal, principalmente em relação aos jovens. “A juventude está deixando o campo porque faltam políticas públicas para que eles permaneçam. E quem vai produzir os alimentos para a população que só cresce?”, questiona.
Com experiência e serenidade, Jonas deixa um conselho aos jovens que pensam em deixar o campo rumo às cidades:
“De momento, tudo na cidade parece bonito, mas depois surgem as dificuldades. O campo também tem seus desafios, mas a qualidade de vida e as oportunidades são muito melhores. O campo ainda será muito valorizado, e sem ele, ninguém se alimenta.”


