
Como contadora de histórias essa não poderia deixar de compor minha lista pelo tanto que pode nos ensinar e valorizar o papel de uma mãe. Essa história é simples, mas é tão cheia de amor que precisava estar nessa coluna. Ela é o espelho para muitas vozes e nos ensina o quanto é preciosa a nossa vida e ela merece ser vivida na sua intensidade, ou seja, todo dia.
Estávamos de férias: eu e a chefe do administrativo/financeiro; a maravilhosa Bruna, que tenho a felicidade de trabalhar comigo. Aliás, folgas, pois usufruímos dois dias apenas. Para mim, de relax; para ela, um combo de céu a inferno. Durante o nosso encontro, ela dirigindo ao nosso trabalho, foi me contando os seus piores dois dias, mas também mais mágicos possíveis.
A primeira pergunta: ‘Bruna, como passaste esses dias de folga?’. Começou a chorar. ‘Bruna, o que aconteceu?’ A pergunta seguia e o choro aumentava. Ela me relatou que seu filho, de oito anos, fez febre na terça-feira, seguido de enxaqueca e vômito. Ele já tem tido episódios de dor de cabeça recorrentes e como estava na casa de sua mãe, a vó logo relatou isso não ser normal. A mãe disse que até então ao procurar os médicos, vinham com o diagnóstico simples de alguma coisa vinculada ao estômago. E, de fato, algum tempo se passava, e o quadro melhorava, com medicamentos.
Aquela terça não terminaria bem. Foram ao hospital e a médica, após vários exames, disse se tratar de um tumor. O desespero tomou conta da mãe e da família. O choro não conseguia mais ser controlado. Era necessário transferir a criança para Porto Alegre. Por alguma razão a transferência não aconteceu e no outro dia novos exames foram feitos e uma especialista deveria ser procurada. Foi o que de fato aconteceu.
Era quarta-feira e toda família a postos para fazer o exame e levar a uma especialista. Os sentimentos eram de muita incerteza, insegurança e tristeza. Tentavam disfarçar para o menino não perceber, mas pensar que podia estar com um tumor, deixava a todos atormentados.
Entraram muitas pessoas no consultório e a médica, muito calmamente, olhou o exame detalhadamente. Após alguns instantes, os mais tensos possíveis, especialmente da jovem mãe, a doutora diz, muito segura, não tratar-se de um tumor e, sim, cistos de nascença que devem ser acompanhados, mas que, com medicação, as enxaquecas passariam e detectou, portanto, não tratar-se, ser nada grave.
O que falar daqueles momentos que se seguiram após essa notícia? Choro de muito alegria. Alívio. Abraços. Uma sala que emanava paz.
Saíram do consultório e trataram de se alimentar, pois não comeram nada no dia anterior. Os avós presentearam o menino para que ele voltasse a sorrir. Conversaram com ele, pois viveu um turbilhão de emoções e ao seu redor também.
Comentei com a Bruna que a vida surpreende mesmo; hoje é uma coisa, amanhã já não se sabe. Juntas refletimos mais coisas. Que a vida precisa ser aproveitada, a saúde valorizada. Ah, e o papel de uma mãe. Ela disse… eu ia enfrentar essa doença com meu filho, mas que tristeza eu teria ao olhar para um anjinho, tendo que passar por uma luta dessas. Imagina de onde as mães precisam tirar forças. Não sei se eu teria. Pois é, quanta mães não estão passando por uma luta nesse exato momento? A força vem, pois as mães são sinônimo de força e de amor.
Bruna, esse texto dedico a você. Uma jovem e linda mãe que me ensinou sobre amor. Seu sofrimento nesses dias, só mostra o quanto você é mãe de verdade. Desejo muita saúde a sua família e a todos meus leitores.