
Estudantes da Universidade de Michigan participaram de um estudo, revelador, sobre a importância de se dar um tempo ao asfalto e calçamentos em troca de caminhadas em áreas verdes. Experimentos comprovam que essa rotina melhora a memória e a atenção. E, cá entre nós, ainda temos bons espaços para esse tipo de exercício. Ao mesmo tempo que tonifica os músculos das pernas, quadris e glúteos, o cérebro descansa durante essa exposição à natureza, voltando a funcionar com mais eficiência.
Uma matéria do The New York Times, em 2008, destacou o trabalho de 38 estudantes da Universidade de Michigan que saíram para uma caminhada. Metade deles percorreu cinco quilômetros entre as árvores do Arboreto Nichols, em Ann Arbor, enquanto a outra metade fez a mesma distância nas ruas movimentadas do centro da cidade. Uma semana depois, os dois grupos trocaram de rotas.
Nas duas ocasiões, antes de saírem, os estudantes fizeram um teste que desafiava sua atenção e memória de trabalho, em que recebiam sequências progressivamente mais longas de números que deveriam repetir na ordem inversa. Quando retornaram ao campus, os estudantes fizeram o teste novamente. Caminhar pela cidade melhorou ligeiramente seu desempenho, mas caminhar na natureza aumentou as pontuações em quase 20%.
Afinal quem caminha entre uma vegetação densa, florida e árvores altas, encontra um ambiente iluminado e sereno. O ar é logicamente mais puro e as pessoas nem precisam gostar de ambientes verdes para obter esses benefícios cognitivos em qualquer estação do ano.
E aí, aqui da poltrona de onde escrevo, defronte a um arvoredo de laranjeiras, percebo que está tudo pronto para o exercício. Só me falta um bom tênis e disposição. Olhar o mato permite um relaxamento preguiçoso e aí, lá se vai minha disposição para longas pernadas, enquanto que, na área urbana, me assusta o perigo do tráfego, mesmo nas pistas de corrida. Aí, medito, faço um exercício mental e acabo exausto. Deixo para a próxima semana, na área verde ou… Semana que vem eu decido.