A tradição gaúcha tem endereço certo em Forqueta Baixa. É na propriedade do casal Luiz Mathias Rempel, 52, e Marinês Gräff Rempel, 51, que nasceu e se mantém firme uma pista de laço que há mais de uma década reúne simpatizantes do campo de toda a região. O espaço, sonhado pelo agricultor e erguido em parceria com os amigos Sérgio Majolo e Loivo Führ, tornou-se um ponto de encontro e de preservação da cultura campeira. “O Loivo e o Sérgio foram dois grandes amigos incentivadores, quando falei da pista, logo o Sérgio disse: ‘vamos te ajudar a colocar o sonho em pé’”, explica. Majolo já teve uma pista de laço por alguns anos no bairro Medianeira.
Desde guri, Rempel traz consigo o gosto pelo laço e pelas tradições do Rio Grande. Recorda com carinho das vezes em que saía de São Luiz, em Capitão, caminhando até Arroio do Meio para pegar o primeiro ônibus rumo aos rodeios em Lajeado. Ao longo da vida, os cavalos sempre o acompanharam, com exceção de um breve período entre 1999 e 2000. Já em 2001, retomou a paixão adquirindo novamente um cavalo e desde então não se afastou mais da lida campeira.
Hoje, o amor pela tradição é partilhado com os filhos Junior Mathias Rempel, 17, e João Miguel Rempel, 11, ambos já premiados em torneios de laço ao lado do pai. As conquistas em forma de troféus enchem de orgulho a família, os rapazes se dedicam ao agronegócio no trabalho diário com suinocultura, gado e pastagens. “Meus filhos ajudam a tocar o negócio e tenho muito orgulho deles, são muito parceiros e digo mais, eles também gostam e cuidam de cavalo e participam sempre que podem dos rodeios”, comenta o proprietário.
A pista de laço da Família Rempel é aberta todo fim de semana para cavaleiros de Arroio do Meio e municípios vizinhos. Nos meses de verão, a acolhida se estende também às quartas-feiras. Em muitos encontros, são mais de 50 laçadores treinando, conforme o calendário de rodeios e cavalgadas da região.
Mais que um espaço para treino, o local tornou-se um verdadeiro centro de convivência campeira. Há lugar para o churrasco, mesas rústicas para partilhar almoços e jantares, área para caminhadas e descanso, além da venda de pastéis e refrigerantes. Tudo em clima simples, hospitaleiro e acolhedor, como manda a tradição.
Para o patriarca da família, ver seu sonho realizado e compartilhado com tantos amigos é motivo de grande satisfação: a pista de laço não é apenas uma estrutura, mas um legado de tradição, amizade e união, que fortalece a cultura gaúcha em Forqueta Baixa e região. “É um espaço para famílias e para os jovens que seguem a tradição. Hoje ouvimos falar que tantos jovens por aí se perdem em drogas ou com coisas erradas, isso é triste. Aqui procuramos incentivar a rapaziada a pegar gosto pelo interior e pelas coisas simples”, finaliza.




