
Acordei poucos minutos antes do despertador. Aqui em casa é um sino eletrônico que ainda não troquei por som mais moderno. Pura preguiça. Mas aí fui olhar o movimento na rua e me deparei com um casal em ritmada caminhada. Tênis de marca nos pés, abrigos legais e adequados ao exercício e uma aparência de saúde ou, quem sabe, alegria por vencer a preguiça. Fiquei feliz por eles, tão afinados, em sintonia com a natureza. Passaram e junto com eles, se foi igualmente, a minha disposição por imitá-los.
Estamos quase no final de outubro e a minha promessa de encarar uma academia está quase vencendo seu prazo. Eu sempre encontro uma boa desculpa para a procrastinação. É uma fisgada na coxa esquerda, uma dor esquisita no pé direito, ou o vizinho que tem um rottweiler no pátio. Vá que o bicho encontre uma falha na tela de arame. O peso da mordida deste cão pode atingir um pico de duas toneladas de pressão no início do ataque. Não estou aqui para cobaia.
Um amigo, professor de educação física, na semana passada, me enviou uma lista de atividades que me ajudariam a perder peso e reforçar a musculatura. “Está chegando a hora”, alertou. Abri a mensagem que sugeria, antes de mais nada, alongamento ao acordar. Durante o dia, sempre que possível, agachamentos aliados a exercícios de resistência. Ele ainda me presenteou com uma corda “pular faz bem, junto a flexões e abdominais”. Confesso que cansei e senti espasmos musculares antes mesmo de iniciar.
Por enquanto, seguirei acordando para ver os caminhantes saudáveis da vizinhança. Aos poucos, quem sabe, me incluo a esse grupo suado e determinado. Atualmente, eles passam e eu faço uma caminhada rústica até a cozinha. Lá preparo as primeiras medidas para uma dieta emagrecedora: um bom suco verde de couve, ovos mexidos e frutas pouco calóricas tipo o mamão. Ah! E a balança seguira guardada no roupeiro, sempre acolhedor ao meu perfil costumeiramente oscilante entre o gordinho e o obeso. Quem sabe, um dia, magro. Não duvidem.

