
Os tropeiros paravam próximos a uma fonte de água mineral para descanso, antes de seguir viagem, e apreciavam pequenos pássaros que chamaram de “rondinéle”. Daí surgiu o nome do pequeno distrito de Rondinha, município de Passo Fundo, no interior do Rio Grande do Sul.
O menino não chegou a correr muito tempo pela lavoura do pai, agricultor. Também não chegou a frequentar a escola da mãe, professora, nem jogou futebol com seu conterrâneo Sandro Sotilli, maior goleador do Gauchão. Ainda com dois anos mudou-se para Toledo, no Paraná, e com dezessete foi para Curitiba estudar.
De família de poucas posses, Luiz Edson Fachin teve uma infância de privações e uma adolescência difícil, tendo vendido laranjas nas ruas da cidade e passagens, em uma estação rodoviária, para manter-se.
Sua dedicação e inteligência logo fizeram com que se destacasse na área do direito, sendo professor e autor de dezenas de livros e estudos jurídicos. É casado com Rosana Amara Girardi Fachin, desembargadora do Tribunal de Justiça do Paraná, sendo pai de Camila Girardi Fachin, vice-reitora da Universidade Federal do Paraná e da jurista Melina Fachin.
Integra o Supremo Tribunal Federal (STF) desde 16/6/2015, indicado pela presidente Dilma Rousseff. No último biênio, atuou na Vice-Presidência da Corte, ao lado do ministro Luís Roberto Barroso.
Em 2017, após a morte do ministro Teori Zavascki, Fachin assumiu a relatoria da Lava Jato. Foi relator da decisão que declarou a incompetência da 13ª vara Federal de Curitiba para julgar os processos contra Luiz Inácio Lula da Silva, que resultou na anulação das ações penais contra o atual Presidente da República.
Segundo a tradição do STF – que será presidente o membro mais antigo que ainda não ocupou a presidência – foi eleito para presidir a Corte e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no biênio (2025-2027).
De fala, mansa e afável, o novo presidente do STF foi procurador jurídico do Instituto de Terras, Cartografia e Florestas do Estado do Paraná de 1982 a 1987. Em 1985, procurador geral do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Foi, também, procurador do Estado do Paraná de 1990 até 2006.
Ligado a movimentos sociais de esquerda, proferiu decisões polêmicas. A incompetência de Curitiba para os processos penais da lava jato resultou na anulação dos processos contra o atual presidente da república. Também foi relator da ADPF das favelas, sobre a política de segurança pública do Rio de Janeiro, propondo medidas para fortalecer o monitoramento, a transparência e o controle das operações policiais.
A paternidade socioafetiva, por ele defendida durante muitos anos, acabou prevalecendo em julgamento pelo STF com repercussão geral, porém concomitante com a biológica, ponto em que ficou vencido:
Tema 622 – A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios.
Na sua humildade, não tem vergonha de confessar-se um “coxa branca”, alcunha atribuída aos torcedores do Coritiba, termo usado de forma pejorativa pelos adversários, aos jogadores de origem alemã, na década de 1940, mas orgulhosamente assumida por seus simpatizantes.
Como fala fluentemente inglês, espanhol, italiano e francês, não sei em que idioma pragueja contra os erros do seu Coritiba, agora rebaixado para a série B, do Campeonato Brasileiro de Futebol.

