
2026 será o National Year of Reading, na Inglaterra e em países da comunidade britânica. A iniciativa é do Ministério de Educação em conjunto com 30 entidades das mais diversas áreas. Para ter uma ideia, também a Premier League – a primeira divisão do futebol profissional da Inglaterra -, faz parte do grupo de apoiadores. Aliás, a Premier League está engajada em campanhas de leitura no Reio Unido há 25 anos e desde o ano de 2017, já distribuiu mais de 350 mil livros para as escolas. O que acontece é que “a CBF” deles considera positivo associar o prestígio dos astros de futebol a campanhas que beneficiam a comunidade em geral, para além de fazer o espetáculo nos campos de futebol.
Durante o National Year of Reading, os países envolvidos vão se dedicar a variadas atividades com o objetivo de aumentar o público leitor e, igualmente, o volume da leitura feita como entretenimento. Entretenimento – eles dizem – não pode ser reduzido a jogos eletrônicos e às mensagens postadas nas redes sociais. As ações lideradas pelo Ministério da Educação inglês foram anunciadas no dia 15 de outubro deste ano e devem envolver basicamente o público formado por pais, escolas, bibliotecas, editores e livreiros, além de experts em literatura.
Pesquisa inglesa mostra que as crianças que cultivam o hábito de ler desde os anos iniciais melhoram muito as chances de sucesso na vida adulta. Segundo os dados levantados, uma criança que desenvolve boa capacidade de leitura e de escrita vai ganhar 65 mil Libras a mais durante a vida profissional, qualquer que seja a profissão a que se dedicar. De forma que, indiretamente, incentivar a leitura também promove a igualdade social no país. Aumenta as chances de fazer florescer os talentos juvenis e, assim, encaminha uma vida bem sucedida, para benefício da comunidade inteira.
Mirando o sucesso do National Year of Reading, haverá investimentos vultosos, claro. A Inglaterra vai colocar à disposição 27,7 milhões de Libras – algo próximo a 200 milhões de Reais. A previsão é que 72 mil livros sejam distribuídos, enriquecendo as bibliotecas públicas e as bibliotecas escolares.
Cabe chamar a atenção agora para a importância das bibliotecas. Elas têm papel crucial no incentivo à leitura, seja na Inglaterra seja em qualquer parte do mundo.
Longe de figurarem simplesmente como depósito de livros – que parece ser o pensamento corrente entre nós; longe de ser um lugar onde se descartam publicações que não se quer mais ter em casa -, as bibliotecas podem funcionar como polos de difusão cultural em sentido bem amplo. Seu papel não se restringe a emprestar livros. Elas atraem frequentadores de todas as idades para uma gama de atividades, como contação de histórias, reuniões, debates, etc, que estreitam laços com a leitura. E não prescindem da colaboração dos pais. Oferecem atividades voltadas diretamente para eles. Pais que gostam de ler tem mais facilidade para inspirar e para orientar os filhos. Se não o fazem, muitas vezes, é simplesmente por que não sabem por onde começar.
Ou seja, o National Year of Reading inglês pode funcionar como um convite e uma provocação para também também nós qualificarmos as ações no campo da leitura.

