
A COP30 – ou Conference of Parties – que se realiza em Belém do Pará, de 11 a 21 de novembro, é a edição brasileira da reunião anual promovida pela ONU. Como acontece todos os anos, este evento trata sobre mudanças climáticas e temas correlatos. Falando de uma forma bem simples, o denominador comum ou a ideia partilhada pelos países envolvidos é sempre a preocupação com o futuro do planeta Terra.
O desenrolar da Conferência, pela primeira vez sediada na Amazônia, vem apontando para soluções ambientais novas. Ou seja, para formas capazes de enfrentar o descuido dos mananciais naturais e das florestas a busca por novas fontes de energia, que sejam economicamente viáveis. Apresentam-se maneiras mais generosas de cuidar do planeta que todos partilhamos.
A empresa gaúcha Marcopolo, para ficar com um exemplo, apresentou na COP suas metas e as ações em favor de mobilidade sustentável. Mostrou pesquisa para desenvolver motores que combinam vários tipos de energia não fóssil, além da energia elétrica. Esta se encontra em estágio mais avançado. Para o ano de 2027 já há previsão de importante entrega de ônibus elétricos para a Europa.
O Brasil investiu muito na preparação do local do evento em Belém. Localizou as ações no chamado Parque da Cidade, uma área de 500 mil m², em área de antigo aeroporto. O dinheiro veio de estatais e também da iniciativa privada. Mesmo com muito dinheiro não conseguiu evitar falhas na organização da estrutura e do funcionamento. Faltou água nos banheiros, o ar-condicionado se revelou insuficiente, a segurança se mostrou excessiva ou insuficiente, as opções de hospedagem deixaram a desejar. Os preços praticados para garrafas de água, cafezinho e refeições foram considerados exorbitantes, mesmo em dólar.
De um modo geral, porém, parece que o saldo da COP30 é positivo. Os desacertos de logística não chegam a ofuscar aquilo que é a maior atração nacional: nossa diversidade geográfica, a riqueza cultural e natural, a gentileza da população. Quem olhar bem não enxerga apenas o exotismo das frutas tropicais. Também constata a riqueza e as potencialidades criativas do país, perspectivas do turismo, etc.
Para a ONU fica o marco das discussões que fazem avançar a consciência ecológica. Se alguém queria resoluções bombásticas, não há de levar. É que há uma equação muito difícil de conciliar: como equilibrar o bem do planeta com a necessidade de produzir alimentos em abundância. Quer dizer: como ativar a economia em vez de atravancá-la ao cuidar do meio ambiente.
Se a ONU não é o xerife da humanidade – e não é -, ela igualmente não é mera figura decorativa. A questão é que o mundo vai mudando aos poucos. A evolução não se dá por decreto. A mudança de entendimento não é instantânea. Entidades como a ONU e suas iniciativas em todas as áreas tem como objetivo promover ideais de generosidade, de cuidado mútuo, de valorização do bem comum sobre o bem individual.
Ao que parece esta é tarefa para séculos…

