
Sou jornalista desde que me conheço por gente, há 65 anos. Leio muito, todos os dias – principalmente jornais – e ouço rádio o tempo todo. Como tudo na vida, isto é bom, mas também ruim, ao mesmo tempo.
À noite, depois de deitar e fazer minha oração para agradecer família, amigos, emprego e saúde, reflito sobre o volume de informação consumida ao longo do dia. E aí me pergunto:
– Quanto disso tudo é verdade? Quanto é manipulado? Qual a utilidade deste monte de notícias consumidas ao longo do dia?
Já escrevi sobre a felicidade de ser, digamos assim, um tanto alienado diante do noticiário. Saber o que acontece no Brasil é sofrer repetidamente, uma tortura, um exercício de masoquismo, mas fundamental para exercer a função de comunicador.
Fazendo uma retrospectiva, nota-se que os fatos não mudam. Mudam, apenas, os personagens que se revezam no festival de insanidades levadas ao público pelos jornais, programas de rádio e tevê e através dos diversos canais de internet. Apesar dos crimes de todo gênero, temos um volume sem igual no mundo de legislações. Como diz um amigo “se dependesse de leis o Brasil seria igual à Suíça”. Falta respeito para o cumprimento da lei, fiscalização e a impunidade assola o país de norte a sul. Sem exceções.
O desafio é superar as más notícias e focar nos
episódios construtivos, humanos e inspiradores
Chegamos ao ponto onde ninguém duvida de mais nada. Por mais estapafúrdia que seja uma fake news ou até mesmo uma “pegadinha” dos amigos, a tendência é acreditar sem duvidar. Porque o ser humano está, de verdade, em crise ética faz tempo. Parece que a situação só piora.
Apesar da enxurrada de notícias ruins – e antes de me chamarem de pessimista para estragar o fim de semana dos leitores – vez por outra aparecem novidades e exemplos positivamente influenciadores. Aqui, na nossa sofrida região do Vale do Taquari, temos o fenômeno do Cristo Protetor de Encantado. É uma iniciativa privada que tem sido inspiração para fomentar o turismo, através da implementação de novos negócios.
Temos, ainda, histórias de superação do pós-enchente contando o drama de pessoas simples que perderam tudo, inclusive familiares, mas não desanimaram. Recentemente ouvi três histórias comoventes aqui de Arroio do Meio, que irão ao ar amanhã, a partir das 10h, na Rádio Bandeirantes FM 94,9 FM de Porto Alegre (link para acompanhar https://www.radios.com.br/aovivo/radio-bandeirantes-949-fm/10408).
Como se vê, nem tudo está perdido. O desafio, no entanto, é ter energia para superar as más notícias e focar nos episódios construtivos, humanos e inspiradores.

