
Anos atrás tive a felicidade de realizar uma viagem pela Terra Santa. É emocionante andar pelos lugares onde Jesus pisou, molhar a mão no rio em que foi batizado, andar pela sinagoga onde pregou, entrar no lugar do primeiro milagre: a transformação da água em vinho. Comi algumas tâmaras à beira do rio, guardei as sementes, trouxe e plantei. Dei as mudas a amigos e plantei uma que já está enorme.
Caminhar por Nazaré e Cafarnaum, a cidade onde Jesus morou, recrutou a maioria de seus discípulos e realizou diversos milagres, traz profunda emoção. Navegar pelo Mar da Galileia, fundear o barco e fazer uma silenciosa oração, comove a todos os turistas.
É interessante como soam familiares os nomes dos lugares que desfilam sob nossos olhos. Desde o Monte Carmelo, Samaria, Cafarnaum, Nazaré, Lago Tiberíades, Jericó, Canaã, Monte das Oliveiras e a eterna Jerusalém.
Enquanto estávamos lá, ocorrera um atentado contra um soldado israelense e notamos um reforço na segurança. Foi preciso habituar-nos a tomar o café da manhã, no hotel em Jerusalém, na companhia de soldados israelenses com metralhadoras nas costas, enfiadas na cinta.
As visitas ao Monte das Oliveiras, ao Muro das Lamentações, à via dolorosa e à Igreja do Santo Sepulcro foram cercadas de segurança, sempre acompanhados por nosso guia hebreu, brasileiro há muitos anos radicado em Israel.
No programa constava a visita a Belém, cidade da Cisjordânia, onde nosso guia não se aventurou, sendo substituído por uma guia palestina.
Distante cerca de 10 km de Jerusalém, logo causou impacto atravessar uma alta muralha para entrar na cidade.
No início do primeiro século, Belém era uma aldeia que não contava com mais de mil pessoas. Seus habitantes viviam da agricultura e da criação de gado. Nos campos mais próximos do deserto, pastavam também rebanhos de ovelhas.
Naqueles dias saiu o decreto de César Augusto determinando o recenseamento da população, cada um em sua cidade de origem. José deslocou-se de Nazaré a Belém, para se recensear juntamente com Maria, pois era da Casa de Davi.
A marcha de 150 km de Nazaré a Belém foi dura para Maria. Sem espaço nas hospedarias, foram abrigar-se em cavernas naturais utilizadas como estábulos. Numa dessas grutas, nasceu Jesus, tendo como berço uma manjedoura.
Junto com a Igreja do Santo Sepulcro, a Igreja da Natividade é um dos pontos turísticos mais visitados, junto com a Gruta do Leite e a Praça da Manjedoura. Os espaços são divididos entre os Franciscanos católicos, gregos e armênios ortodoxos.
O ingresso no local exato do nascimento, que parece uma fortaleza, assinalado com uma estrela de prata de catorze pontas, exige abaixar-se por uma pequena porta de 1,25 m. Por deferência especial aos brasileiros, conseguimos entrar, de dois em dois, pela porta de saída, ante o pouco tempo que dispúnhamos e a longa fila para entrar no acanhado local.
As profecias do Antigo Testamento prediziam a chegada do Messias, nascido da casa de Davi, que libertaria o povo de Israel, agora sob jugo romano. Nasceria na pequena Belém, de Judá.
Belém – Bayt Lahm, em Árabe, literalmente. “Casa da Carne”; ou Beit Lehem, em Hebraico, literalmente “Casa do Pão”; é uma cidade palestina de cerca de 28 mil pessoas, situada na região central da Cisjordânia. É a capital da província de Belém, distante cerca de 10 km de Jerusalém, a uma altitude de 765 metros acima do nível do mar.
Adorado por pastores e dos três reis magos, que vieram do oriente, guiados por uma estrela, após o nascimento a sagrada família foi obrigada a fugir para o Egito. Tomando conhecimento que nascera o Messias, rei dos judeus, como previsto pelos profetas, ordenou o rei Herodes matar todos os recém nascidos.
O nascimento de forma humilde, em Belém, no menor dos reinos, reforça a ideia de Jesus como o “Pão da Vida”, alimento essencial para a humanidade, cumprindo a simbologia do pão no Antigo Testamento, que representava sustento e presença divina, repartido entre os fiéis, junto com o vinho, na eucaristia.

