Arroio do Meio – Um relatório divulgado pela Emater/Ascar na semana passada revela duas preocupações para os produtores de soja no Estado: a falta de chuva e a ação de pragas nas lavouras desta cultura. Enquanto no restante
do Estado a falta de precipitação afeta as plantações na fase de floração – cerca de 80% do plantado em solo gaúcho.
No município, as chuvas estão tranquilas. A preocupação é relacionada às pragas. Com 40 hectares da cultura semeada, Verno Steffens, 56, de Forqueta Baixa, teve de investir em veneno para evitar mais perdas com as lagartas. “Quando eu notei, a soja já estava plantada e não havia o que fazer”, desabafa.
Steffens desconhece quanto da produção foi afetada pela ação das pragas. Espera que as condições meteorológicas e as medidas de prevenção auxiliem a espantar as lagartas antes que mais prejuízos sejam contabilizados durante a safra.
Conforme o relatório da Emater, alguns produtores têm dificuldades para fazer o tratamento com fungicidas e inseticidas devido à baixa umidade do ar, comprometendo a eficiência dos produtos. “Apesar do quadro desfavorável à
cultura, as lavouras, em sua grande maioria, apresentam muito bom desenvolvimento, mantendo boas as expectativas de produção e rendimento”, diz a nota.
Quanto às chuvas, o agricultor está tranquilo. “Choveu 80 milímetros há duas semanas e na semana passada foram 30 milímetros, então não tenho do que reclamar.” Segundo ele, a região alta do Vale do Taquari é a mais afetada com a falta de precipitações.
Durante um encontro com produtores, em Roca Sales, soube de produtores com dificuldades em ver o florescimento das
plantações. Em alguns casos, as plantas ficaram murchas e houve queda de flores e vagens, que pode diminuir o potencial produtivo.
Milho
Para esta cultura, as condições climáticas são favoráveis à colheita. Hoje, ela ocupa 30% da área plantada no Estado. O tempo também cooperou para a ensilagem do grão. Os rendimentos das primeiras áreas colhidas, no Estado, variam
conforme a região, ficando entre 3,5 mil e mais de 8 mil quilos por hectares – média de 5 toneladas por hectare.
Nesse sentido, a umidade que retornou ao solo com as chuvas do final de semana passado foi essencial para as lavouras semeadas mais tardiamente. Entretanto, áreas mais declivosas e de solo raso com afloramento de rocha apresentam uma
redução no seu potencial produtivo.
Demais culturas
O feijão também foi beneficiado pelas condições climáticas registradas no último período, com as lavouras apresentando boa evolução e a colheita, chega a 79% do total semeado no Estado.
Mesmo com alguns bolsões de menor umidade ocorridos em fases anteriores – e que prejudicaram algumas áreas -, em geral, a cultura do feijão está com boas perspectivas de produção final dessa primeira safra. O resultado da safra
deverá ser conhecido no final deste mês, prazo estimado para a conclusão da colheita.
A maioria das lavouras de arroz – em torno de 60% – encontra-se no período reprodutivo e apresenta bom potencial de produção. De maneira geral, as lavouras de arroz apresentam-se em boas condições. As reservas de água estão com
níveis satisfatórios, sendo que muitas barragens deverão terminar o período de irrigação ainda com um bom volume de água acumulado.
Com a redução das chuvas e da umidade relativa do ar, houve também a redução na incidência de doenças. A ocorrência, nas últimas semanas, de um clima mais seco e alta insolação favorece as lavouras na fase de formação dos grãos. Ainda de maneira incipiente, as primeiras lavouras começam a ser colhidas, com resultados bastante satisfatórios. Essas, no momento, representam apenas 1% do total plantado nesta safra.

