Brasil – A indústria automobilística do país está enfrentando outra crise. Além do retorno da cobrança do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) no mercado doméstico, as exportações caíram 32% o primeiro quadrimestre do ano, devido a recessão econômica da Argentina, que totaliza 80% do volume exportado e 15% da produção.
Por esse motivo, mais de 8 mil metalúrgicos foram afastados das linhas de produção em diversas fábricas do país nas últimas semanas. Além do aumento da tributação, economistas avaliam que uma das dificuldades encontradas pelas montadoras e concessionárias são as condições de acesso ao crédito para as classes C e D. Fatia de mercado que poderia aquecer o setor.
O governo estuda mais incentivos para as montadoras de veículos, que têm estoques em alta e emprego em baixa. O Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Mauro Borges, disse que vai negociar com os bancos formas de facilitar o crédito. As possibilidades são a diminuição do valor de entrada e a ampliação dos prazos para a compra de carros novos.
Segundo Borges, essas medidas são extremamente efetivas porque elas ampliam o investimento no país, mantêm o nível de consumo em um setor extremamente relevante para a indústria brasileira e incrementa as importações brasileiras.
Também são analisadas medidas para aquecer o mercado interno.
Já para as instituições financeiras, o principal critério para concessão do crédito é a avaliação do comprometimento da renda dos clientes. A partir deste estudo são disponibilizadas as melhores alternativas para os clientes. O objetivo é oferecer uma solução que possa antecipar os projetos com responsabilidade.
O que diferencia o financiamento do consórcio?
No financiamento, o consumidor tem o dinheiro praticamente na hora, mediante aprovação de crédito. O pagamento do valor do financiamento é realizado em parcelas mensais ao longo de um período determinado. A taxa de juros conforme o ano do veículo – quanto menor mais velho, mais juros serão cobrados –, e escore do cliente.
Já o consórcio é um meio para adquirir um bem ou serviço de forma parcelada e sem juros. Como o dinheiro sai em sorteios ou por lance, a modalidade é recomendada para quem pode esperar. O perfil do consorciado é o de uma pessoa poupadora, que planeja a aquisição de um veículo no futuro ou mesmo a programação de troca.
Quais os critérios, vantagens e desvantagens do consórcio?
Os critérios para aquisição de um plano de consórcio também estão relacionados com o comprometimento da renda do interessado. Isso é necessário para garantir a saúde financeira do grupo em que ele fará parte.
Vantagens:
É uma forma de poupança programada para aquisição de bens.
No consórcio você não paga taxa de juros e o custo administrativo (composto por taxa de administração fixa e fundo de reserva) é diluído por todo o período.
Você escolhe o valor do crédito desejado, o prazo e o valor das parcelas que cabem no seu orçamento.
A principal característica do consórcio é que a contemplação acontece por meio de lance ou sorteio. É possível utilizar até 25% do valor do crédito para dar de lance e ser contemplado antecipadamente ou ficar dependendo da sorte para ser contemplado nos sorteios mensais. De qualquer maneira o consorciado recebe a carta de crédito corrigida monetariamente no final do plano/grupo para adquirir o seu automóvel.
Desvantagens:
O tempo para contemplação do consórcio pode variar, pois depende da sorte ou do lance para ser contemplado nos sorteios mensais.
História:
No início da década de 1960, com a instalação da indústria automobilística no território nacional e em decorrência da falta de oferta de crédito direto ao consumidor, funcionários do Banco do Brasil tiveram a ideia de formar um grupo de amigos, com o objetivo de constituir um fundo suficiente para aquisição de automóveis para todos aqueles que dele participassem. Assim, surgia no Brasil, o Consórcio – mecanismo de concessão de crédito isento de juros, que tem por finalidade a formação de patrimônio e aquisição de bens de consumo e serviços.
Em 1967, com a Willys Overland do Brasil, o consórcio começa a projetar-se como uma importante ferramenta para a indústria automobilística no país.
No final de 1979, o setor de consórcios inicia seus estudos para o lançamento de grupos referenciados em motocicletas, caminhões e eletroeletrônicos.
Presente:
Hoje, inteiramente consolidado, o Sistema de Consórcios viabiliza a aquisição de diversos produtos que vão desde bens de produção, a caminhões, implementos agrícolas e rodoviários, ônibus, tratores, colheitadeiras, embarcações, aeronaves, computadores, antenas parabólicas, pneus, motocicletas, passando pelos eletroeletrônicos, kits de casa pré-fabricada, imóveis, construção, reformas e até serviços como consultorias, pacotes turísticos, festas, cursos de pós-graduação, entre outros.
Atualmente, o Sistema de Consórcios representa os interesses de mais de 5 milhões de consorciados e é responsável pela movimentação de aproximadamente 80 bilhões de reais.

