A drástica retração do mercado de máquinas e implementos agrícolas registrada em 2016, com certeza também irá refletir-se na busca de recursos, de parte dos produtores rurais, para o custeio de lavouras neste ano de 2017.
No entanto, o Ministério da Agricultura já está propagando que disponibilizará recursos em abundância para as linhas de crédito destinadas ao custeio, ou seja, para a aquisição de sementes, fertilizantes e defensivos, programas de recuperação do solo, dentre outros itens.
Talvez atraídos pelas boas perspectivas de preços, especialmente das culturas de soja e de milho, uma parcela dos produtores poderá habilitar-se aos financiamentos, mas muitos farão cálculos e estimativas diante do fato de o custo do dinheiro estar mais elevado do que em outras épocas.
E por falar em soja, que não é mais a principal cultura nesta região, existe uma previsão de uma provável queda no volume de produção na Argentina, em razão de condições climáticas desfavoráveis.
A frustração, de certa forma anunciada, no país vizinho, deverá ter influência no ânimo dos sojicultores brasileiros, apostando na manutenção da cotação, em elevação, da safra deste ano e consequentemente também a próxima colheita crescerá bastante em área ocupada.
Já se estabeleceu como tese de que o agronegócio dá um pouco de equilíbrio à economia brasileira. Enquanto os demais setores da economia nacional seguem desacelerados, a produção de alimentos, principalmente carnes suína, frango e de rês, conseguem render divisas, como também mantêm a força de trabalho, o que já ocorre nas áreas do comércio e das indústrias, de uma forma geral.
Proposta irredutível
O Presidente da República Michel Temer revela uma posição “imexível” quando questionado sobre as reformas da Previdência. Afirma, com convicção e de forma taxativa, que não haverá negociação em relação à proposta dos limites de idade.
Essa atitude do nosso governante máximo choca-se frontalmente com o motivo da maior insatisfação da classe trabalhadora rural.
Aliás, na visita de Temer ao Estado, na semana anterior, causou uma grande frustração aos líderes sindicalistas rurais, que esperavam um encontro especial para entregar documentos em relação às reivindicações dos agricultores. Tiveram que
“roubar” breves minutos do cerimonial de entrega de ambulâncias, para poderem dizer ao Presidente que a categoria não aceitará nenhuma perda de qualquer benefício conquistado a duras penas.
O Movimento Sindical Rural também disse ao Presidente Temer que espera a volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que hoje tem o formato de uma Secretaria, fato que segundo os agricultores familiares, lhes tirou o canal de contatos e de encaminhamentos das prioridades e necessidades da classe.
Obras paradas…
Há quem esteja fazendo um inventário de obras no município, que foram iniciadas e parcialmente executadas um pouco antes das eleições de outubro do ano passado e que, como se esperava, não andaram mais nesses três meses e pouco.
Algumas informações dão conta de trechos de asfalto sem sinalização, estruturas de ginásios, apenas esqueletos, além de outras situações que algum dossiê poderá identificar.
Estão com razão os que chamavam a atenção para o uso da máquina pública na captação de apoios. E os muitos que perderam os seus cargos podem confirmar isso.

