A Política Nacional de Sanidade Animal estabelece na programação para este mês de maio, a primeira etapa de vacinação contra a Febre Aftosa. Nesta primeira rodada, de cunho preventivo, todo o rebanho deve ser imunizado, enquanto na segunda fase, no mês de novembro, somente os animais com menos de dois anos de idade deverão ser vacinados.
Diferentemente de anos anteriores, e conforme já comentado, desta vez não haverá a participação financeira do Estado para custear a aquisição das vacinas, recaindo esse ônus para os produtores, ou como acontece em parte da região, onde os municípios oferecem incentivos, assumindo parte, senão integralmente, o fornecimento das vacinas, além de disponibilizar pessoal técnico para fazerem as aplicações.
As Secretarias Municipais de Agricultura insistem na necessidade de todos os produtores rurais aderirem à campanha, lembrando que os faltosos correm riscos de penalizações, como a aplicação de multas, de valores consideráveis.
Políticas tributárias penalizam produtores
Por que no oeste do Estado de Santa Catarina os produtores de leite recebem em torno de R$ 1,60 pelo litro de leite, enquanto no Rio Grande do Sul o preço médio está estabelecido, com base no mês de abril, em R$ 1,04? E algo parecido se repete em relação ao preço do frango de corte que no Estado vizinho ultrapassa a casa de um real por cabeça, enquanto aqui os produtores conseguem uma remuneração que se situa em torno de R$ 0,60 a R$ 0,70 por cabeça, senão abaixo disso.
Poderia até atribuir essa situação ao fato da existência de cooperativas bem estruturadas na mencionada região, onde os associados comercializam a sua produção. Bem, cooperativas bem conceituadas também temos no nosso meio e elas não conseguem mudar esse quadro em favor de seus “integrados”.
O que na verdade ajuda a explicar essas diferenças é a falta de uma Política Tributária única, justa e que assegure igualdade para todos os estados brasileiros.
Enquanto no Rio Grande do Sul as tarifas de tributos são mais elevadas, no caso de Santa Catarina, existe uma tributação mais generosa, que reverte diretamente em benefício dos produtores, que conseguem utilizar essa melhor remuneração em investimentos, como melhorias nos seus estabelecimentos ou em tecnologias de produção.
Plano Safra 2017-2018
Líderes dos agricultores familiares já iniciam mobilizações visando a construção de propostas para o Plano Safra 2017-2018.
Considerado as extraordinárias safras de grãos deste ano, é possível que o foco do próximo Plano se direcione mais a projetos de infraestrutura e menos na questão de custeio das safras.
As entidades já manifestaram a necessidade de buscar melhorias na Política de Desenvolvimento de Programas do Crédito Fundiário que não chega a ser atraente e não satisfaz às necessidades dos possíveis beneficiários, dentro das atuais regras.
Outra reiterada reivindicação diz respeito ao Programa do Seguro Agrícola. Este é um tema que ano a ano é retomado e dá a impressão de que não existe plano capaz de criar um instrumento que resolva um antigo problema e que jamais tem agradado aos usuários.
Tanto o Crédito Fundiário, quanto o Seguro Agrícola, são ferramentas que podem contribuir muito com a tão destacada sucessão familiar. Com certeza, muitos jovens agricultores abandonam as atividades agropecuárias por falta de políticas claras e objetivas destes dois pontos cruciais e fundamentais.

