Neste mês de novembro, iniciado na quarta-feira, o produtor rural deve programar ou agendar a vacinação de seus rebanhos bovino e bubalino, animais de zero a 24 meses de idade, contra a febre aftosa.
Todos sabem que são duas etapas anuais, a primeira em maio e esta segunda em novembro e ao contrário de anos anteriores, quando existia um subsídio no fornecimento das vacinas, desta vez, como já foi no início do ano, cabe ao produtor adquirir as doses necessárias e efetuar a aplicação.
Cerca de 5 milhões de animais deverão ser submetidos à vacinação, dentro do Programa de Sanidade Animal, que é a grande preocupação do governo do Estado, visto que há reivindicações no sentido de suspender a prática nos próximos anos, considerando que outros estados já aboliram a aplicação das vacinas, por considerarem as suas áreas livres da doença.
Na verdade as maiores preocupações deveriam atualmente voltarem-se ao controle da tuberculose e brucelose bovina. A sua incidência é assustadora, deixando rastros de muito prejuízo para as propriedades infectadas, pois já fazem muitos anos que não tivemos mais focos de febre aftosa. No entanto a ocorrência de tuberculose, principalmente, já é fato comum e rebanhos inteiros são dizimados.
Leiteiros uruguaios justificam…
O governo e os produtores de leite do Uruguai não estão gostando da medida do nosso Ministério da Agricultura, que no mês passado suspendeu a importação, livre, de leite do país vizinho.
O que os uruguaios não admitem é a suspeita ou até a acusação de que eles estejam sendo usados por outros países produtores como mera “ponte” para repassar o produto para o Brasil, ou melhor, indústrias (privadas) de laticínios.
Há uma comitiva brasileira no Uruguai para discutir o assunto e eles insistem em justificar que possuem um grande estoque, excedente, reprimido, do produto de alguns anos, em consequência da perda de negócios com a Venezuela.
A equipe brasileira começa a dar crédito a essa versão dos uruguaios e não se descarta hoje a possibilidade de que o nosso governo venha a flexibilizar ou minimizar as medidas adotadas na primeira quinzena de outubro. Parece que os nossos governantes estão mais preocupados em ouvir e atender os produtores estrangeiros do que sentar com os nossos leiteiros e achar fórmulas para diminuir os danos e prejuízos que a produção importada causa para o nosso setor da produção.
Se o subsídio concedido à importação do leite, na forma de privilégios ou isenções de tributos, fosse dado aos produtores nacionais, certamente a resposta seria substancial, com retorno para todos os que produzem e os que consomem um alimento tão essencial.
Retomada da Reforma da Previdência
Depois da decisão da Câmara dos Deputados, livrando o Presidente Temer do processo e de possível condenação, ressurge, com força, a disposição do governo em concretizar as reformas da Previdência, segundo os planos, principalmente, do Ministro da Fazenda.
É possível a gente ver e concordar que existem distorções nas regras da Previdência, em especial no que se refere à arrecadação dos recursos e a concessão de benefícios. São falhas que vêm de longe e merecem um tratamento mais profundo do que as medidas paliativas que tentam adotar.
Fontes do governo admitem que a falta de unidade da base e de partidos que a compõe, não assegura os votos necessários para promover as reformas. Por essa razão há sinais de que a Previdência Rural, por exemplo, poderá até ficar intacta, ou seja, não sofrer alteração. Mas e a Previdência Urbana, como ficará? Se o governo cobrasse as enormes dívidas de quem no passado não pagou o que devia, certamente grande parte das dificuldades estaria superada, mesmo não realizando maiores reformas.

