Quem está em busca de trabalho pode ter esperança de um ano mais favorável. Pelo menos esta é a expectativa da coordenadora do FGTAS Sine de Arroio do Meio, Roseli Maria Volk. Ela percebe que no decorrer de 2018 houve mudanças, para melhor, nas contratações e demissões e projeta que no decorrer de 2019 o cenário seja ainda mais animador para quem busca uma colocação no mercado de trabalho.
Ao longo de 2018 foram encaminhados na agência do Sine 903 pedidos de Seguro-Desemprego. A coordenadora garante que foram menos encaminhamentos do que no ano anterior. Além da queda nos pedidos, houve ampliação da oferta de vagas, o que para ela sinaliza uma reação da economia e, consequentemente, maior necessidade de mão de obra para as empresas produzirem. “Acreditamos numa boa alavancada da economia nos próximos meses, o que respinga nas cidades menores e mexe na produção como um todo, ampliando-se a necessidade de trabalhadores”.
Roseli declara que o perfil dos trabalhadores demitidos também mudou de 2017 para 2018. Se antes demitiu-se quem tinha mais tempo de empresa e, muitas vezes, um salário mais alto, no último período o mercado de trabalho rejeitou os empregados faltosos e com grande rotatividade.
No último trimestre do ano passado foram 171 encaminhamentos de Seguro-Desemprego. Na sua maioria, trabalhadores de linhas de produção. A redução gradual nos encaminhamentos – 82 em outubro, 56 em novembro e 33 em dezembro – já mostra, segundo Roseli, um cenário mais otimista. Ela reforça que em janeiro a oferta de vagas sempre é pequena, mas que a partir de fevereiro – até setembro – a demanda por mão de obra sempre se amplia. “Muitas pessoas aproveitam o período de férias para buscar um novo emprego, o que faz com que automaticamente se abram vagas e também a maioria das indústrias inicia o ano com a produção em alta e precisa de mais pessoas”, informa.
Nesta semana a agência dispunha de 11 vagas em aberto. A coordenadora estima que nos próximos meses esse número fique entre 20 e 30. Das vagas disponíveis quase todas eram voltadas para o sexo masculino, uma constante que se repete durante o ano. Algumas exigiam capacitação específica, o que, por vezes, é um desafio tanto para quem contrata, como para quem está desempregado.
Ao longo dos quatro anos trabalhando no Sine, pôde perceber uma mudança também no perfil das empresas que se utilizam do serviço. Hoje as empresas maiores acabam fazendo a seleção de uma forma mais independente, possivelmente porque recebem muitos currículos ou indicações de funcionários. Em compensação, as empresas menores, às vezes não lembradas por quem deseja entrar no mercado de trabalho, têm sido a maioria das que buscam trabalhadores a partir do Sine. “Mantemos um trabalho muito próximo das empresas. Visitamos para ver como é a rotina e seu funcionamento. Assim temos noção do profissional que está sendo requisitado e também condições de dar mais detalhes para quem se interessa pela vaga”, pontua Roseli.
Mudança
Engana-se quem pensa que o Sine é procurado apenas por quem está desempregado ou busca o primeiro emprego. Muitos trabalhadores vão até a agência em busca de uma oportunidade profissional mais satisfatória. “Às vezes são profissionais qualificados que aceitam uma vaga inferior só pelo fato de não precisar trabalhar aos sábados”.
Vagas PcDs
Um dos desafios da agência do Sine de Arroio do Meio é encontrar candidatos para preencher as vagas para Pessoas com Deficiência (PcD). Para a coordenadora, o principal motivo é a desinformação. “Às vezes essas pessoas têm medo de perder o benefício caso não se adapte ao trabalho, mas isso, na prática, não acontece. Quando a PcD opta em trabalhar e por algum motivo não der certo, ela pode parar quando quiser. Assim que for dado baixa na sua carteira de trabalho, ela volta a receber o benefício automaticamente”.
Para Roseli o trabalho também é uma oportunidade de inserção das pessoas com deficiência na sociedade, uma forma de terem uma rotina e se sentirem úteis. “Durante o ano temos até um dia específico para o cadastro de pessoas com deficiência, mas nunca conseguimos atender a demanda”, lamenta.
Seguro-Desemprego
Para o encaminhamento do Seguro-Desemprego, o trabalhador pode se dirigir a qualquer agência do Sine. Por isso, os números de encaminhamentos feitos na agência arroio-meense não correspondem, necessariamente, à trabalhadores que residam no município. Pessoas de Capitão e Travesseiro, por exemplo, também buscam atendimento no Sine de Arroio do Meio.
Para acessar ao Seguro-Desemprego o trabalhador dispensado sem justa causa deve atender a um dos três requisitos:
Tenha recebido ao menos:
• 1ª habilitação – 12 salários nos últimos 18 meses (pode ser em mais de uma empresa)
• 2ª habilitação – 9 salários nos últimos 12 meses (pode ser em mais de uma empresa)
• 3ª habilitação ou mais – 6 salários consecutivos (única empresa) e pelo menos um ano e quatro meses desde o último encaminhamento.
• Não esteja recebendo benefício da Previdência Social, com exceção do auxílio-acidente, pensão por morte e/ou auxílio-reclusão.
• Não possua renda própria para seu sustento e de seus familiares.
Empregados domésticos têm regras diferenciadas para o recebimento do Seguro-Desemprego.
Para encaminhar o benefício são necessários os seguintes documentos: requerimento do Seguro-Desemprego, cadastro no Pis-Pasep, CPF, Carteira de Trabalho, Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho, Termo de Homologação ou Termo de Quitação, documento de identificação (RG), extrato ou saque do FGTS ou documento judicial. O número de parcelas a serem recebidas vai depender do enquadramento do trabalhador.
Carteira de Trabalho
A Carteira de Trabalho, em Arroio do Meio, é confeccionada no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), nas terças e quartas-feiras pela manhã e à tarde e nas sextas-feiras, somente pela manhã. A carteira de identidade também é feita no Cras, de segunda a sexta-feira, nos dois turnos.