A agricultura familiar, que tem como instrumento de defesa e de reivindicações a estrutura do Movimento Sindical de Trabalhadores Rurais, com a organização dos Sindicatos, Federações e Confederação, avalia que este ano, prestes a findar, foi de muitas lutas e dificuldades. E o grande tema que ocupou a maior parte do tempo, foi a Reforma da Previdência, que inicialmente acenava com reais possibilidades de causar irreparáveis prejuízos aos trabalhadores rurais brasileiros.
Embora a categoria ficasse imune ou excluída das pretendidas mudanças, o que foi obtido com intensas mobilizações, sobraram inesperados problemas com os encaminhamentos de novos benefícios, muitos indeferidos pelo INSS, sem que houvesse razão para tanto.
Apesar de constantes debates, de denúncias e de cobranças de soluções dos órgãos governamentais e do Instituto de Previdência Social, os impasses persistem e certamente continuarão sendo pauta de reivindicações no decorrer do próximo ano.
E juntamente com essas questões pendentes, a Agricultura Familiar não deixará de cobrar eficiência e concretização dos Programas do Crédito Fundiário e a viabilização de um Plano de Habitação Rural. A classe entende que são dois instrumentos essenciais para a valorização das atividades no meio rural e a motivação para que os jovens tenham um mínimo de ânimo para continuarem a ser profissionais da agropecuária.
Atualmente 77% dos estabelecimentos rurais brasileiros têm a característica de agricultura familiar e, no Estado do Rio Grande do Sul, somam 719 mil trabalhadores rurais em atividade, tendo como principal função a produção de alimentos.
CARNE TEMPERADA…
Ora, não é a carne que está temperada, mas sim o seu preço que contém excesso de sal. Pois, literalmente os preços estão salgados, fato que não chega a ser algo inédito ou novidade. Já em outros anos situações idênticas tiveram registros e, desta vez, se diz que as exportações para a China e outros países asiáticos estariam provocando esta tendência alta neste período de festividades de final de ano.
Em parte, a procura externa pelas carnes brasileiras pode até ter uma influência no episódio dos aumentos, mas há outras razões que se somam como a especulação que o setor provoca, volta e meia, como também a diminuição de abates em razão dos movimentos de greve dos fiscais do Ministério da Agricultura, motivos que fazem com que o produtor mantenha o gado nas propriedades.
Mesmo que não haja uma solução, a curto prazo, para os imprevistos, vai valer, como sempre, o improviso e a criatividade do consumidor, que parte para substituir as variedades mais escassas ou mais caras, optando por outras carnes ou proteínas.
MERCOSUL DISCUTE CRISE DO LEITE
Aconteceu nesta semana, terça-feira, no Uruguai (Montevidéu), uma audiência do Parlamento do Mercosul, com a finalidade de debater o setor leiteiro, com a participação, além do Brasil, da Argentina, Uruguai e Paraguai. Em documento conjunto, são apontadas algumas prioridades que, em resumo, sugerem a integração regional e a necessidade de apoio aos pequenos produtores através de instrumentos financeiros e técnicos.

