É opinião de muita gente de que o ano começa após o Carnaval. Não deixa de ser uma força de expressão, mas na realidade vemos que não é bem assim. Por exemplo, o ano escolar já iniciou, o comércio e indústria já tiveram um árduo trabalho desde a virada do ano. O setor de produção agropecuária vivencia, desde o final do ano passado, um período de dificuldades e desilusões, em razão da prolongada estiagem que causou grandes prejuízos em várias atividades, com reflexos por um bom tempo.
O que se pode afirmar é que, a partir deste momento, serão intensificadas algumas ações, antevendo-se, sim, um restante de ano de grandes movimentações, no âmbito dos governantes (Poder Executivo) e dos Legislativos, especialmente no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa do Estado.
E próximo de nós acontecerão as eleições para a escolha de vereadores e de prefeitos, fato que dividirá, de forma acentuada, as atenções de todos os eleitores.
Tivemos em 2019, alguns ensaios de reformas e no corrente ano vários ajustes e reformulações mais profundas deverão acontecer, com destaque para as políticas fiscais. Inclusive já pautei este assunto em comentário de semanas anteriores.
E aí quero lembrar da Medida Provisória que propõe a extinção dos pequenos municípios, com menos de cinco mil habitantes. Neste sentido, um primeiro ensaio ocorrerá no próximo mês de março, no Congresso Nacional, sendo este tema, inclusive, parte do projeto de recuperação fiscal dos Estados, como é o nosso caso.
Este assunto envolve muitas pessoas e dezenas de cidades da nossa região e exigirá uma intensa mobilização e calorosos debates, em um clima que certamente terá opiniões e posições divididas.
Fetag/RS reelege presidente
Dada a importância da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul – Fetag/RS, como entidade de classe dos agricultores familiares, que somam mais de 700 mil homens e mulheres do campo, no Estado do Rio Grande do Sul, quero reportar-me brevemente à solenidade de posse da nova Diretoria, evento realizado na última sexta-feira, dia 21 de fevereiro. O mandato da nova direção será de quatro anos, havendo uma representação de integrantes do comando da Federação de praticamente todas as regiões do estado.
Carlos Joel da Silva iniciou seu segundo período na presidência e diz que o maior desafio da categoria é fortalecer a agricultura familiar, potencializar a produção, mantendo qualidade e ao mesmo tempo gerando renda. Segundo o sindicalista, é preciso continuar com o projeto de assistência técnica, buscar políticas públicas diferenciadas que façam a diferença na vida das pessoas do campo.
Com a presença do governador do Estado, o líder sindical disse também que “precisamos que o Rio Grande do Sul tenha um Plano de Estado, não de governo, que veja o potencial da agricultura familiar e a sua importância para o estado”.
Eduardo Leite, governador, aproveitou o ensejo para anunciar o atendimento da reivindicação da Fetag/RS, dizendo respeito à ampliação do programa troca-troca de sementes de forrageiras, que neste ano terá recursos de 4,5 milhões de reais.
Bolsa Família
O Programa Bolsa Família, constitui-se assunto bastante comentado desde o ano anterior, primeiro envolvendo a promessa do governo em conceder o 13º pagamento e recentemente o que chama a atenção é o represamento de mais de um milhão de pedidos do benefício, sem confirmação. Há um projeto de reformulação das regras de acesso, o que é importante, segundo a opinião de muitos. Exigência de frequência escolar de filhos dependentes, a prestação de serviços voluntários para as prefeituras municipais e a limitação do tempo máximo de concessão, provavelmente não sendo mais por períodos indefinidos. A moralização do Programa é imperiosa e esperada pela sociedade.

