A medida do Governo Federal em criar o “auxílio emergencial”, de R$ 600, para os trabalhadores informais, inicialmente por um período de três meses, com a possibilidade de estender o benefício para um tempo maior, como forma de proteger essas pessoas que não têm um emprego fixo, nesta época de crise, decorrente da pandemia, está a causar uma série de dificuldades.
Os problemas começam pela identificação dos trabalhadores nessa condição. Há a solicitação para que os municípios, através de seus Centros de Referência de Assistência Social (Cras) participem do processo de habilitação. Certamente não é uma tarefa fácil, pois grande parcela desses trabalhadores não deve ter inscrição no Cadastro Único, não se tratando de beneficiários do Bolsa Família.
E se pensarmos no trabalhador rural, especialmente o assalariado, ou aquele que não é proprietário e não tem talão de produtor rural? Ele poderia receber esse auxílio? Existe um temor dentro do Movimento Sindical de Trabalhadores Rurais, de que caso algum agricultor esteja se credenciando ou habilitando a receber esse benefício, poderia, consequentemente, perder a condição de segurado especial, como a Previdência Social trata os trabalhadores rurais.
A recomendação é que aqueles que estejam em uma situação como essa procurem certificar-se junto ao Sindicato de sua categoria, como forma de evitar posteriores complicações.
FEIRAS DE PEIXE
A prolongada estiagem e as medidas de cautela e de prevenção adotadas em função da ocorrência do coronavírus, alteram a prática das tradicionais feiras de peixes vivos da Semana Santa.
Existem informações de que as mudanças atingem todos os municípios do Estado e a queda na oferta de peixes registra um índice de aproximadamente 30%, em comparação com os números do ano passado. Traduzindo essa diminuição em valores, haveria uma perda de mais de 15 milhões de reais.
Trata-se de um valor significativo que deixa de circular entre os produtores, que normalmente têm utilizado esses recursos para novos investimentos, até para melhorar a própria atividade da piscicultura.
Há, portanto, mais um fator que se alia a vários outros que estão fazendo com que as comemorações da Semana Santa e da Páscoa estejam acontecendo dentro de um contexto absolutamente estranho e sem precedentes. Os simbolismos religiosos e o próprio comércio, externados, dão lugar ao cultivo da compenetração e da resignação, sem a perda da essência do momento, que é a fé e as sempre renovadas esperanças.
ESTIAGEM
Na semana anterior destaquei que o número de Municípios que decretaram Situação de Emergência, em razão dos prejuízos da prolongada estiagem, estava se aproximando de 50% do total de cidades gaúchas. Diariamente novos casos foram surgindo e já estamos batendo nos 60% dos 497, onde as maiores perdas se concentram na produção de grãos, além da falta de água para consumo humano, inclusive. A frustração das safras é algo incalculável.
FELIZ PÁSCOA a todos e que os ensinamentos das circunstâncias presentes, nos tragam ensinamentos positivos.

