Recentemente o colunista Fernando Albrecht, um velho amigo de décadas da redação do jornal Zero Hora, publicou uma foto da ponte velha que liga Arroio do Meio a Lajeado. Dias antes, ele publicara imagem de uma obra semelhante. Não me contive e acionei a jornalista Maica Viviane Gebing, competente assessora de comunicação da prefeitura, que enviou as fotos no mesmo dia.
A publicação me levou a uma viagem ao passado. Até a ERS-130 sair do papel, através empresa carioca Construtora Metropolitana, existia apenas um caminho para ir a Lajeado, Estrela e Porto Alegre: a estrada velha que tinha um trecho de baixada, logo após a saída de Arroio do Meio. No inverno, o entorno da Olaria Röhrig era coberto pelas águas dos arroios e do rio das redondezas.
Lembro com nitidez de uma das reformas da ponte de ferro que interrompeu o tráfego para veículos. Costumávamos visitar avós e tios em Lajeado com frequência. Apesar da obra, o hábito foi mantido com grandes dificuldades de travessia.
As cabeceiras da ponte foram transformadas em estacionamento. Táxis faturaram muito, embora alguns – como nós – combinavam com os parentes, que esperavam no lado oposto. A travessia era feita através de pranchões de madeira, cercados por um corrimão improvisado com cordas. À noite, os faróis iluminavam a passagem que fazia crianças, mulheres e até os homens suarem frio.
Tomara que outros marcos históricos
do Vale do Taquari sejam conservados
Também lembro a ponte dos inúmeros domingos de verão nas águas, ali perto, onde o Forqueta desembocava no Taquari. Eram memoráveis piqueniques junto a parentes e amigos com churrasco, peixe frito e sobremesa trazida de casa. Antes de voltar, o hábito era lavar o carro nas então águas límpidas, longe da poluição industrial.
Na última vez que estivemos em Arroio do Meio, usei a estrada velha na volta de Lajeado. Compramos mudas de árvores frutíferas e de flores em um viveiro perto da subestação da CEEE. Fiquei impressionado com a quantidade de residências e até de um motel nas proximidades, além da pavimentação da estrada.
Tenho orgulho de saber que a ponte de ferro está bem conservada. É um marco histórico de Arroio do Meio e do Vale do Taquari. Parabéns a todos que contribuem para a sua manutenção. Torço para que outros marcos de nossas recordações sejam mantidos. Afinal, povo sem memória é povo sem cultura.

