A enchente também causou prejuízos aos agricultores que projetavam se recuperar da estiagem. Muitos dos açudes que não sofreram os impactos da seca, acabaram sendo atingidos pela enchente. Carpas com tamanho comercial, não retiradas devido à impossibilidade de feiras de peixe durante a pandemia, acabaram sendo levadas pelas águas.
O casal Danilo Schwarzer, 65 anos, e Noeli Maria, 64 anos, mora na Forqueta Baixa há 40 anos e revela que fazia cinco anos que o Forqueta não atingia o travessão Schwarzer, o que ocorre em cheias maiores. “Não esperávamos uma cheia pós-seca. Como tivemos prejuízos com a silagem de milho, plantamos pastagens de aveia, para ter trato para as vacas leiteiras. Perderemos em torno de seis hectares de aveia, que plantamos nas várzeas. Os prejuízos superam mais de R$ 5 mil em sementes e adubos, sem contar o serviço. Além disso tivemos perdas expressivas nas pastagens, que ficarão sufocadas pelo lodo. A estimativa é de que a produtividade do plantel reduza em três mil litros por mês. Mas a atividade leiteira ainda vai ser melhor do que suinocultura e avicultura, que estão sendo mais afetadas pela pandemia”, consideram.

