Em casa também estamos aproveitando

Situações climáticas com chuva e frio e o ciclone bomba, seguido de uma histórica enchente, foram os assuntos que tomaram conta de alguns espaços nos noticiários no lugar de informações da pandemia do coronavírus que continua causando espanto em parcela da população, principalmente com a eminente falta de vagas em UTIs ou mesmo com a falta de remédios. O grande destaque nos noticiários continua sendo a cor da bandeira de cada região no Estado, definida pelo governo por conta do agravamento e com o avanço do vírus. A definição de uma vacina ou mesmo de formas eficientes de tratamento do coronavírus, integram os comentários das pessoas. Mesmo diante de todas estas situações, a população no seu dia a dia usa de métodos que possam servir de precaução contra a contaminação e, em meio a estes, temas projeta suas atitudes no pós-pandemia.
O casal Agemiro, 67 anos e Jurema Cadore, 65 anos, residentes em Linha Marinheira, em Capitão, dizem que estão vivendo um certo vazio na vida. “Estamos estranhando e sentindo falta de tudo um pouco. A vida parou e o mundo parece que ficou diferente”. O casal espera pelo fim da pandemia para retornar com os encontros mensais do grupo de idosos realizados com a presença da equipe do Cras de Capitão, e com o reinicio dos bailes da terceira idade, onde o casal participa do grupo Vitória de Linha Marinheira com integração com grupos dos municípios de Capitão, Arroio do Meio, Travesseiro e Nova Bréscia.
Sentem falta da convivência com a família. Além de não sair de casa, também não acontecem os encontros com filhos, netos e outros familiares próximos. Quando há encontros, estes acontecem de forma diferente e com menos aproximação. Outra situação relatada é a falta de missas presenciais que estão sendo substituídas por missas na televisão. O casal revela que está quase totalmente isolado. “A última participação em evento público foi no dia 14 de março, quando estávamos reunidos com amigos para dançar e nos divertir em Bela Vista. Depois disso tudo parou. O clima está complicado”, comentou Jurema. “Pode se observar pelos noticiários que está aumentando o número de casos do coronavírus e que não há uma solução imediata. A grande preocupação é com os familiares que estão expostos na rua porque precisam trabalhar, reconhecendo que o trabalho é essencial”, completa.
Por residir no interior, ocupam o tempo cuidando de alguns animais, limpeza da casa e do pátio, além de se dedicar com uma horta e cuidar de duas pessoas idosas. Para Jurema, muitos planos mudaram. “Passar pelo que estamos passando parece um filme. No começo do ano não se pensou nisso para 2020. Mas, é preciso enfrentar esta doença traiçoeira, inclusive as mortes que são muito dolorosas”. Ela diz que durante este período de confinamento também aconteceram algumas coisas boas, citando o fato de ela e Agemiro ficarem bisavós com o nascimento da pequena Sofia, o que representou uma grande alegria para o casal. “Resta rezar pela proteção divina. Que Deus abençoe a família, as pessoas da comunidade, enfim toda humanidade”, concluiu Jurema.