Eugênia Susana Steffler Neitzke (52) natural de Arroio do Meio e residente em Travesseiro, se despediu na semana passada do trabalho exercido na Associação Hospitalar de Marques de Souza por 33 anos. Oriunda de uma família de 16 irmãos, ela é casada com Delmar Neitze, mãe de Maira Aline Stacke (34), casada com Maicon Wiland Theisen e avó de Joaquim, de um ano e dez meses.
Uma boa parte da vida foi dedicada, com muito amor, ao trabalho, destaca Susana, como é conhecida. “Comecei a trabalhar na Associação Hospitalar de Marques de Souza em 1988. Por três anos atuei como copeira e depois, por dois anos, no setor de limpeza. Em 1993 entrei para o setor de lavanderia, permanecendo até a semana passada, onde fiquei por 28 anos”.
Durante esse período de atuação na instituição hospitalar, Susana comenta que vivenciou muitas experiências e aprendizados. “São tantas lições e o mais importante é sempre se colocar no lugar do outro, exercer o amor ao próximo, pois o ser humano está carente de empatia. Quem está num leito de hospital muitas vezes passa por momentos difíceis. Então mais do que lavar a roupa que é usada pelo paciente e oferecer um leito aconchegante, sempre levei palavras de esperança e gestos de carinho para quem ali se encontra e para suas famílias. Acredito que isso faz muita diferença na recuperação. Embora em função da pandemia, não é possível um aperto de mão, um abraço, sempre dedico um tempo para palavras e orações onde podemos transmitir também nossa solidariedade com o próximo”, observa.
Com aprendizado, Susana diz que leva uma bagagem para a vida. “Profissionalmente não tive estudo, mas pela minha dedicação, comprometimento e respeito com nosso hospital, tive uma profissão digna por todos esses anos, e como ser humano, muita gratidão pelas amizades que fiz entre colegas e pacientes. Acompanhei muitas histórias, tristes e felizes, mas cada uma deixa uma lembrança na minha vida e como diz um ditado: cada um que passa em nossas vidas deixa um pouco de si e leva um pouco de nós”, declara.
O período mais difícil está sendo o da pandemia. “Desde o início tivemos muito medo para enfrentar a situação, mas todos se doaram ao máximo para ajudar na recuperação de cada um que se internava, principalmente com covid-19. Esse período é muito tenso, às vezes o cansaço toma conta, passa-se horas com EPIs, higienização constante e cuidados redobrados, mas recompensados pela alta dos pacientes. Daí fica um sentimento de gratidão e força para continuar o trabalho diário, embora sentimos muito também quando alguém perde a batalha para o vírus”, destaca.
Para a Associação Hospitalar, Susana deixa um agradecimento especial. “Gratidão a todos os colaboradores, corpo clínico e direção, pois durante esses 33 anos foi um tempo de muito respeito e consideração com meu trabalho. Fiz o máximo para recompensar todo esse carinho e só tenho a agradecer por esse período de minha vida convivido com pessoas tão especiais”.
Em sua despedida muitas foram as homenagens de colegas e direção da entidade.


