Amanhã, 1º de maio é o Dia do Trabalhador. A data é comemorada em vários países do mundo e está ligada ao começo da Revolução Industrial, que trouxe consigo uma corrida das pessoas das áreas rurais, para os centros urbanos. A formação da classe operária demandou novas necessidades que nem sempre foram cumpridas pelos donos das empresas o que gerou conflitos e greves e motivou a criação de sindicatos. A primeira grande greve ocorreu em 1886 em Chicago, nos Estados Unidos. Em 135 anos, houve avanços sociais importantes tanto sob o ponto vista da organização social como desenvolvimento econômico.
No Brasil, na década de 1930 a 1940, o então presidente Getúlio Vargas, passou a dar um novo sentido à data, para que não se limitasse apenas a protestos. Assim em 1º de maio de 1941, instituiu o salário mínimo, (que deveria, desde então, suprir as necessidades básicas de moradia, alimentação, saúde, vestuário, educação e lazer.) Em 1941, foi criada a Justiça do Trabalho com o objetivo de resolver questões judiciais, relacionadas ao trabalho.
Legião de trabalhadores
O conceito de relacionar o Dia do Trabalho ou dos Trabalhadores apenas aos que têm vínculo com a indústria, já não se usa mais. Somos uma grande legião de trabalhadores em múltiplas funções e cargos, setores e profissões que exigem diferentes habilidades. Na fábrica, no comércio, na escola, no campo, no hospital, no escritório, no transporte, no frigorífico, nos órgãos públicos, nos centros de lazer, beleza, restaurantes, hotéis, meios de comunicação, tecnologia etc… Não se pode dizer quem é mais ou menos importante. Fazemos parte de uma grande engrenagem. Alguns podem escolher e se preparar para desempenhar determinadas funções, desenvolvem habilidades mais complexas, mirando realização pessoal ou com melhor remuneração. Outros, acabam limitados ao trabalho disponível no mercado, ou então recebem uma função por continuidade familiar.
Vivências e números da pandemia
Para reverenciar a data do trabalhador, veiculamos algumas matérias especiais. Conversamos com três profissionais ligadas à área da saúde, porque seguramente estão entre os mais desafiados desde que começou a pandemia. Não resta a menor dúvida de que estes profissionais tiveram que superar medos, aprender e fazer o melhor pelas pessoas que passaram por seus cuidados.
Também conversamos com quem viu seu negócio prejudicado, por conta de decretos ou praticamente deixou de trabalhar, como é o caso dos que lidam com eventos e turismo. Foi importante o ativismo e movimento pelo direito de manter serviços não essenciais em funcionamento, durante o período mais crítico.
Apesar de em muitos lugares do país e do mundo, estarem sofrendo por conta das severas restrições de circulação, lockdowns, aqui, pelo que se verifica, a vida transcorre na normalidade possível, respeitando de forma geral os cuidados impostos pela pandemia, mas sem tocar pânico e horror. Pelos números do CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, os indicadores não são negativos. O índice de emprego se manteve positivo no Vale do Taquari com 1166 contratações a mais em relação aos desligamentos de abril de 2020 até março de 2021. Em Arroio do Meio o saldo também foi positivo se comparadas as admissões e desligamentos.
O mesmo verificou-se em relação ao número de abertura de empresas. Mesmo pequenas, elas ajudaram a manter equilíbrio na economia, com abertura de 220 novos CNPJs.
Observando os números e lendo, por exemplo, o que disse em entrevista a jovem enfermeira Suelen Fernanda Schneider de 24 anos, que trabalhou diretamente com pacientes covid, penso que podemos ter orgulho dos valores que nos motivam a seguir em frente, enfrentar os desafios, acreditar que o trabalho é um valor muito bom porque nos faz crescer, nos dá dignidade, nos faz evoluir e contribuir positivamente a favor da vida, mesmo em períodos mais críticos da vida, como o que estamos atravessando.