Os números da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que o Brasil tem investimentos públicos em educação equivalentes a 5,7% do PIB. O percentual é superior ao de países que apresentam uma educação de destaque como Irlanda, Japão, Alemanha, Coreia do Sul e outros. Mas, mesmo gastando como rico, os resultados não são os mesmos. Patina feio na educação de base como muitas vezes temos repetido aqui. Muitos alunos que concluem o Ensino Médio apresentam níveis muito baixos de aprendizado.
Entre as deformações da educação brasileira, estão privilégios, mau uso do dinheiro, desvio de recursos, entre outros. Em entrevista dada esta semana ao programa Direto ao Ponto do apresentador Augusto Nunes e bancada de jornalistas, o ex-ministro da educação Abraham Weintraub falou um pouco sobre o período que esteva à frente da pasta. Atualmente como diretor executivo do Banco Mundial nos Estados Unidos, disse entre outras coisas, que os oligopólios e monopólios que atuam com ongs e fundações no ensino brasileiro são muito fortes e que enquanto não forem confrontadas e desmanteladas atrapalham as perspectivas de melhora na educação do país. Disse que sua saída do Ministério da Educação deu-se por pressão do STF, pela pressão de alguns políticos no Congresso que atuam com suas bancadas para montar projetos de ensino a exemplo do Todos pela Educação que estaria sob os mantos de empresas como a Odebrecht, durante muitos anos. Também citou o ativismo cultural e ideológico como barreiras para melhorar o nível de ensino, no país.
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É bom que se reforce e destaque que a educação no Brasil também tem exemplos muito positivos. Em muitas escolas municipais, particulares ou públicas de grandes centros ou em periferias e pequenas cidades, neste país afora, são registrados índices de excelente padrão, dependendo das pessoas que assumem e se envolvem com a tarefa que é complexa e abrangente. Se diz que a educação deve começar em casa com a família, (mas nem todas têm estrutura para isto), por isto a escola é um local de acolhimento e diagnóstico de dificuldades específicas. Ao ensinar com qualidade a ler, escrever e fazer contas, já dá uma autonomia ao aluno.
Tragédias e dramas
Mais uma semana marcada por tragédias e dramas que afetam a vida de milhares de famílias. Além das mortes relacionadas com a covid, que somam mais de 415 mil, no país, em um ano e cinco meses, perdas inesperadas como as que ocorrem por acidentes de trânsito, mal súbito ou como foi a tragédia em Saudades, Santa Catarina, onde um jovem de 18 anos matou cinco pessoas ( três crianças com menos de dois anos e uma professora e uma agente educacional,) nos levam obrigatoriamente a fazer reflexões sobre a condição humana, sobre os limites, fragilidades, emoções exacerbadas e capacidade de superação. Estamos vivendo um período que nos testa e desafia a todo o momento, onde temos que desenvolver e florescer mais e melhor as nossas virtudes, para que possamos passar por este período tão difícil da nossa história. Entre as virtudes que cada um pode exercitar: benevolência, sabedoria, coragem, justiça, persistência, empatia, compaixão, honestidade, disciplina, respeito, humildade, esperança, fé, otimismo, perdão….
A voz das ruas
O 1º de maio, Dia do Trabalho esteve marcado por manifestações em diferentes cidades do país protagonizadas por expressivo número de pessoas. Embora a grande imprensa tenha dado pouca cobertura, elas sinalizam que, de fato, a população, especialmente a classe média, que através do seu trabalho, paga impostos não está satisfeita e não concorda com os rumos e interferências que são feitas por setores da Justiça, e determinados grupos políticos, econômicos, fisiológicos. As pessoas que foram às ruas, me pareceu, querem um Brasil livre. Livre de corrupção, um país seguro juridicamente e onde a voz do povo é respeitada. O povo foi às ruas de forma pacífica, como poucas vezes se viu, nos últimos anos, pelo direito de trabalhar, pelas liberdades constitucionais, sinalizando apoio ao governo do presidente Bolsonaro. O povo reivindicou também o voto auditável, ou seja, que haja conferência mais segura, diante de possível vulnerabilidade do sistema.