Conforme informei na última crônica no sábado passado participei do lançamento do livro “Crônicas para Ler Com cAlma”. É uma coletânea com a participação de 13 jornalistas que contribuíram com três crônicas cada um. Meu vizinho de coluna e amigão Ari Teixeira também participa.
A sessão de autógrafos, num sábado ensolarado que deveria ser de ciclone extratropical, foi realizada na sede da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), no centro de Porto Alegre. Como previsto, a ocasião serviu para o reencontro de velhos amigos e antigos colegas de redação em diversos veículos de comunicação.
No final do evento, na hora da tradicional foto coletiva, aproveitei a necessidade daquele sorriso artificial e provoquei:
– Vamos sorrir, gurizada! Nós estamos duplamente felizes. Primeiro pelo livro que fizemos em regime de mutirão. Em segundo lugar, por conseguirmos reunir muitos amigos em um ato festivo e não no velório de algum de nós.
Na saída do evento, meu filho e também jornalista radicado em Brasília, Henrique Jasper, comentou:
– Puxa vida, pai! Tu não acha que foi muito pessimista?
Refleti por alguns instantes. Depois, disse a ele que os encontros para a despedida final de amigos eram uma realidade – felizmente! – distante da rotina dele. Ele concordou e comentou:
– Deve ser gratificante encontrar velhos parceiros para recordar aventuras, episódios pitorescos e histórias pra dar risada por toda a vida.
É gratificante olhar para trás e ver amigos,
família, conquistas e momentos inesquecíveis
Nos últimos tempos tenho investido tempo e criatividade na busca de pessoas que foram importantes ao longo da minha vida. Muitas vezes é difícil compatibilizar datas. Afinal, todos cumprem compromissos familiares, principalmente nos finais de semana, alguns viajam, outros simplesmente não curtem recordar “os velhos tempos”.
Mesmo com estes empecilhos do cotidiano tem sido gratificante chegar o momento de fazer aquela foto coletiva depois do churrasco regado à cerveja gelada. Afinal, a imagem é a reedição de momentos compartilhados em comum por muitas décadas, em diferentes ocasiões.
A idade nos tira muitas coisas. Esta semana me submeti a vários exames motivados por um pequeno problema de saúde. Deitado de barriga para cima num laboratório e besuntado com muito gel para uma ecografia, blasfemei contra a situação. Enquanto esperava o operador refiz meu pensamento:
– Puxa vida! Tem tanta gente com problemas mais graves, sem condições financeiras e estava feliz apenas em estar vivo. É hora de parar de reclamar!.
Se o nervo ciático incomoda, as juntas parecem enferrujadas e falta fôlego a toda hora, também é verdade que, nesta quadra da vida, é gratificante olhar para trás e ver amigos, família, conquistas e momentos inesquecíveis.
P.S. O livro pode ser adquirido pelo e-mail editoraescuna@gmail.com

