Às vezes isso acontece com a gente, de termos muitas coisas a fazer ao mesmo tempo, assim acontece, algumas vezes, com temas para escrever na coluna, quando surgem várias temáticas e uma delas, que é a de hoje, eu já deveria ter escrito, mas ainda em tempo: a comemoração referente à colonização alemã no Rio Grande do Sul.
Celebramos a cultura alemã, quando da chegada dos primeiros imigrantes alemães, no Rio Grande do Sul, em 24 de julho de 1824 e o que caracteriza estes colonos, tanto protestantes como católicos, é sua piedade, a frequência aos ofícios, suas contribuições e obras filantrópicas, seu respeito pelo clérigo ou pelo pastor, considerado como detentor da autoridade espiritual e moral, além de conselheiro das famílias.
Em todos os lugares colonizados pelos alemães, é ao lado do templo ou da igreja que nasceram as escolas. A educação é um importante e valioso instrumento para eles.
Mesmo com todas essas dificuldades, o hábito da leitura estava bastante enraizado. Os descendentes de alemães eram, em sua maioria, suficientemente letrados para ler em sua língua. Considerando as dificuldades da época e o quase isolamento em que viviam, o índice era muito bom, ainda mais que as famílias eram numerosas e tinham muitos filhos pequenos, ainda não alfabetizados, além da inexistência de escolas em lugares mais afastados do interior. Em praticamente todas as casas havia alguém que soubesse ler. Mesmo nas localidades não atingidas por jornais, e até nas linhas mais recônditas, os Kalender faziam sucesso, não só no século XI, mas também pelo século XX afora no Rio Grande do Sul
As construções, inicialmente, procuraram repetir os padrões de casas comuns nas regiões de origem dos imigrantes, embora chegando aqui os imigrantes tivessem que se adaptar às novas condições socioeconômicas.
A contribuição do imigrante alemão para o enriquecimento cultural do estado foi apreciável: as canções que trouxeram de sua terra natal, os usos e costumes, além de outras tantas. Mas uma, em especial, perdura até os dias de hoje e é reconhecida por todos como uma festa religiosa tipicamente alemã: o “Kerb”. São essas festas religiosas, sem dúvida, aquelas em que se nota mais claramente a originalidade dos teuto-brasileiros em relação ao resto da população do Rio Grande do Sul. Embora tenha perdido progressivamente seu caráter essencialmente religioso, para se tornar a festa da povoação, pois reúne sempre, na mesma data, protestantes e católicos, é a que menos mudou desde o começo da colonização.

