Com a confirmação de casos de gripe aviária no Brasil, o setor avícola vive um momento de atenção e prevenção. A descoberta de contaminação por gripe aviária em uma propriedade em Montenegro na última semana fez os compradores internacionais recuarem.
Com o objetivo de compreender os possíveis impactos da doença sobre as atividades do setor, a reportagem do O Alto Taquari entrou em contato com a Cooperativa Languiru para identificar as ações que vêm sendo adotadas para proteger a produção e orientar os cooperados.
Nesta quarta-feira, dia 28, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) atualizou para 24 o número de países que adotaram restrições à importação de carne de aves do Brasil, em razão da detecção de um foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). De janeiro a maio, o país teve um crescimento de 1,14% nas exportações, com um total comercializado de 117,2 bilhões de dólares.
Jornal O Alto Taquari – Quais são os principais impactos que a confirmação de casos de gripe aviária pode trazer para a cooperativa?
Superintendente de Indústria e Fomento da Languiru, Anderson Xavier – O ponto forte da avicultura brasileira sempre foi o seu status sanitário, livre de doenças relevantes atinentes ao segmento: o que permanece sendo um grande destaque. As respostas rápidas de controle e dimensionamento de eventos desta natureza são muito importantes. Claro, mesmo com o cuidado e a segurança que existe, acaba resultando em um impacto no mercado da proteína animal. Podemos dizer que o principal impacto é suspensão momentânea de alguns mercados internacionais, resultando em um aumento de oferta no mercado brasileiro, podendo haver impactos comerciais.
Jornal O Alto Taquari – A gripe aviária pode comprometer contratos comerciais ou mercados externos da cooperativa?
Anderson Xavier – Atualmente a Cooperativa destina de 15% a 20% de seu volume de produção ao mercado externo, sendo que alguns dos países destino do nosso produto estão com embargos comerciais diante deste evento.
Jornal O Alto Taquari – Medidas de prevenção e controle estão sendo adotadas pela cooperativa para evitar a chegada do vírus às granjas integradas? Se sim, quais?
Anderson Xavier – A Cooperativa Languiru confere à biosseguridade uma prioridade absoluta. Este evento nos faz redobrar atenção sobre controles sanitários, mas é importante destacar que essas boas práticas são implementadas desde sempre junto aos nossos associados e às suas granjas.
Jornal O Alto Taquari – Que tipo de orientação técnica e sanitária tem sido repassada aos produtores cooperados diante da ameaça da gripe aviária?
Anderson Xavier – O controle sanitário é uma atenção permanente quando tratamos de produção de ave comercial. Na Cooperativa Languiru este tema é conduzido com a importância e destaque que ele merece. Cursos e treinamentos são atividades que são realizadas para reforçar o controle existente. Por exemplo, em 24 de abril, realizamos um treinamento para nossos produtores do segmento de aves, focado no manejo e biosseguridade. Esta atenção, este cuidado, deve ocorrer de forma constante. Com o caso isolado em Montenegro, reforçamos o contato e a presença junto a nossas granjas. Uma das principais orientações é evitar categoricamente visitas sem autorização prévia da Cooperativa.