
Ninguém gosta de ficar velho. Ainda mais numa cultura como a nossa que esconde a idade o quanto pode e valoriza a beleza jovem, quase sobre todas as demais coisas. A propósito, o Brasil é o segundo país do mundo em número de cirurgias estéticas e o primeiro, no que tange ao aperfeiçoamento de novas técnicas e de qualificação dos cirurgiões. Não é a toa que nosso país virou referência internacional em cirurgia plástica e, em consequência, importante destino mundial do chamado turismo médico – atrai pacientes de fora pela qualidade do tratamento e pelos baixos preços, na comparação com o padrão internacional.
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Em que pese todo o afã na busca da eterna juventude, penso que a idade pode carregar um lado bom. Aumenta a chance de alcançar o que se chama de maturidade. Ninguém consegue maturidade antes da hora. É o tempo o que nos amadurece. Como se dá com o trigo, com o vinho…
Diferente do trigo, do vinho, para nós a maturidade não chega automaticamente, seja qual seja a idade que pesar nas nossas costas. É uma conquista. Maturidade é um estado de espírito. Pode vir mais cedo, pode vir mais tarde. Pode não chegar nunca.
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Penso que maturidade tem a ver com um sentimento de segurança pessoal. Este sentimento permite viver para si e não para os outros. Quero dizer, a gente faz escolhas com tranquilidade e com tranquilidade paga o preço que todas as escolhas cobram. Se os outros pensarem isto ou pensarem aquilo, tudo bem, cada um pensa o que pensa. Ninguém controla o que vai pela cabeça dos outros.
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Penso que maturidade é um sentimento de paz interna, acompanhada de um tipo de resignação. A gente já sabe que nem sempre consegue mudar as coisas e que a maior parte nem depende mesmo de nosso esforço. Então, pára de brigar. Simplesmente, aceita. Ou seja, a gente faz o melhor que pode em tudo e basta.
Quando se faz o que se pode, não se pode fazer mais nada.

