Elisabete Barreto Müller e Marine Laísa Matte lançaram no último sábado, dia 6, durante a XXXII Feira do Livro, a obra literária ‘Para (todas) elas’. Publicada pela Editora Libélula, a obra é um manifesto à sororidade e à força das redes de afeto feminina. O livro nasceu da vontade delas de celebrar a rede de afeto que envolve e fortalece as mulheres. “Ao longo da vida, tivemos ao nosso lado mulheres que nos inspiraram, acolheram e ensinaram, e sentimos que era hora de transformar esse reconhecimento em palavras. A escrita do livro foi, portanto, uma forma de homenagear essas presenças tão significativas, mas também de compartilhar essa experiência com outras mulheres e convidá-las a entrar numa grande roda da sororidade”.
O livro gira em torno de temas como apoio mútuo, empatia e a importância de estender a mão. “Ele fala sobre a admiração que nutrimos pelas mulheres que caminham ao nosso lado e sobre como cada uma delas, de alguma maneira, deixou uma marca na nossa trajetória. É uma obra sobre reconhecimento, gratidão e a força que nasce das relações de afeto”, enaltecem as autoras.
A ideia de produzir o livro surgiu no ano passado quando Elisabete e Marine conversaram pela primeira vez sobre escreverem juntas. Além disso, pela força feminina ser o fio condutor do livro, elas buscaram uma editora liderada por uma mulher para concretizar esse sonho, firmando parceria com Meire Brod, da Editora Libélula, dedicando-se na concepção da obra desde fevereiro deste ano.
A inspiração, por sua vez, surgiu das experiências de vida e das conexões que construíram a partir de momentos de vulnerabilidade. “Houve situações em que uma de nós estendeu a mão à outra, e isso se transformou em um elo muito forte de irmandade. Percebemos, então, como é essencial ter uma rede de afeto que esteja presente tanto nos momentos de dor quanto nas celebrações das conquistas. Esse sentimento foi a semente que germinou no livro”, afirmam.
Mesmo composto por cartas endereçadas a mulheres específicas do entorno das autoras, Elisabete e Marine acreditam que os relatos possam ressoar com muitas outras mulheres, fazendo com que percebam que as suas trajetórias dialogam com tantas outras. “Nossa intenção é que cada leitora se sinta inspirada a reconhecer e valorizar sua própria rede de afeto, notando a potência de não estarmos sozinhas na caminhada. Além disso, a obra também convida à reflexão sobre a importância da luta coletiva por uma sociedade mais justa e igualitária. O conhecido ‘juntas somos mais fortes’ não é apenas um clichê, é uma realidade que queremos fortalecer”, frisam.
Para finalizar, Elisabete e Marine acreditam que a literatura tem um papel fundamental, porque dá voz às experiências femininas em toda a sua diversidade. “Ao escrevermos e compartilharmos nossas vivências, criamos espaços de identificação, de resistência e de fortalecimento mútuo. A literatura nos permite eternizar histórias que, muitas vezes, seriam silenciadas, e ao mesmo tempo abre caminho para que outras mulheres se reconheçam, se fortaleçam e também contem as suas próprias histórias”.