
Estamos em ano pré-eleitoral. Há algum tempo que a cada dois anos temos eleições. A decisão divide opiniões, especialmente sobre os custos que uma disputa destas proporções exige. Antes, tínhamos eleições simultâneas para todos os cargos.
Muita gente torce o nariz, logo nas primeiras linhas, quando o texto trata de política. Nestas circunstâncias, lembro aquela frase creditada a Platão: “Quem não gosta de política, está condenado a ser dirigido por aqueles que gostam”.
No Brasil, a demonização da atividade política cada vez mais abre espaço para vigaristas, disfarçados de agentes públicos eleitos pelo voto popular. Profissionais de sucesso em sua atividade rejeitam a ideia de qualificar os parlamentos e concorrer.
– Não vou me misturar com esta gente e ser confundido com os corruptos que andam por aí – argumentam com alguma razão.
Ano que vem vamos eleger presidente da república, governador, deputados estaduais e federais e dois senadores no RS. O voto é a arma mais eficiente para defenestrar aqueles que não honram o mandato e também para valorizar quem, de verdade, pode dar melhor qualidade de vida aos mais necessitados.
O voto deverá ser usado com inteligência,
parcimônia e ser fruto de profunda reflexão
Espero, de coração, que os 36 municípios do Vale do Taquari elejam representantes para a Assembleia Legislativa e para o Congresso Nacional. Acho, no entanto, que isso dificilmente acontecerá. A vaidade, a falta de sensibilidade (e inteligência), além da radicalização que assola o país desde 2018, impedirão que sejamos representados nos parlamentos federal e estadual.
A divisão em duas associações – da chamada “zona baixa” e “zona alta” do Vale do Taquari – é prova da incapacidade de união para conquistar avanços. O pós-enchente exige unir esforços para reconstruir a região, mas o que se lê e ouve é uma enxurrada de publicidade onde os governos do Estado e federal se vangloriam do pouco que fizeram e para o qual foram eleitos.
Mais de 20 mil gaúchos aguardam residência desde as cheias de 2024. Na região, sofremos três enchentes em sete meses, agravando o desespero de milhares de conterrâneos. O voto, em 2026, deve ser usado com inteligência, parcimônia e ser fruto de profunda reflexão. Os próximos quatro anos serão fundamentais para esculpir o futuro das próximas gerações.

