Neste domingo, 14, a comunidade de Arroio Grande Central celebra um marco histórico: os 100 anos da Igreja São Felipe e São Tiago. A data será comemorada com missa, almoço festivo e com o lançamento do livro “Vale do Arroio Grande: Arquivos de Famílias – 100 anos da Igreja São Felipe e São Tiago”, de Euclides Scheid e Eluise Hammes.
A programação inicia às 10h com missa na igreja. O almoço será servido a partir do meio-dia no salão da comunidade. Cartões pelo valor de R$ 50. À tarde, a animação da festa fica por conta da banda Quarteto da Alegria.
Euclides e Eluise, que já haviam lançado em 2023 o livro ‘Vale do Arroio Grande: 150 anos – Escola e Imigração Alemã’, voltam agora com uma pesquisa ainda mais ampla, reunindo depoimentos, registros fotográficos e um valioso resgate da trajetória das famílias que formaram a comunidade. Na entrevista a seguir, eles falam sobre o processo de pesquisa, o significado desse novo trabalho e a importância de manter viva a memória local.
Jornal O Alto Taquari – Em 2023 vocês lançaram a obra ‘Vale do Arroio Grande: 150 anos – Escola e Imigração Alemã’, uma obra muito importante para a comunidade local, mas também uma contribuição cultural e histórica para o acervo de registros da imigração alemã. O que os tem inspirado para fazer este trabalho de pesquisa com tanta dedicação?
Euclides Scheid e Eluise Hammes – Por termos nossas raízes em Arroio Grande e sermos descendentes de imigrantes alemães, sempre gostamos desses temas. Como professora da Escola de Arroio Grande desde o início da década de 1990, sempre tive um olhar especial sobre o nosso entorno: a nossa história, nossa geografia e nossas origens. E dentro do contexto, sempre pesquisamos e coletamos dados, fotografias, causos, mudanças em nossa sociedade. O resultado em livro foi bastante gratificante e exitoso.
Jornal AT – Como foi, na prática, esse trabalho de pesquisar, localizar, restaurar, selecionar e organizar o conteúdo para o novo livro?
Euclides e Eluise – O próximo livro ‘Vale do Arroio Grande: arquivos de famílias – 100 anos da Igreja São Felipe e São Tiago’, podemos chamar de complemento de curiosidades apresentadas na obra anterior e não respondidas. Havíamos coletado muito material e fomos para estrada de novo. Buscas locais, ou com pessoas que já tiveram vínculo com Arroio Grande, nos estados do Sul do Brasil, inclusive no Paraguai e na Argentina. E por que não compartilhar o resultado deste rico acervo ‘adormecido’ com a comunidade e com quem gosta de história?
Jornal AT – Sobre esta segunda obra, que relata novos depoimentos, registros fotográficos e fala dos 100 anos da Igreja São Felipe e São Tiago, é possível dizer que é uma espécie de continuidade, um aprofundamento dessa pesquisa feita do livro anterior?
Euclides e Eluise – Talvez sim, mas em outra forma de apresentação. São registros fotográficos, em torno de 300 fotografias com ênfase nos primeiros 100 anos da comunidade (1872-1972). Buscamos a origem de aproximadamente 100 sobrenomes na Europa, os mais comuns em Arroio Grande, destacando algum fato ou evento de que participaram, e se se radicaram aqui ou se seguiram para novas áreas de colonização.
Jornal AT – Contem um pouco mais sobre o que o leitor pode encontrar neste livro que fala, entre outros assuntos, dos 100 anos da Igreja São Felipe e São Tiago. Por que esta igreja, um símbolo cultural, social e religioso de Arroio Grande Central, é tão importante?
Euclides e Eluise – A Igreja São Felipe e São Tiago, por ser uma igreja não localizada em um centro urbano, foi uma referência de grandiosidade em 1925, por seu tamanho, sua arquitetura, quando a maioria das igrejas da diocese eram templos mais modestos. São em torno de 30 registros fotográficos em que mostra a igreja ou partes da igreja desde a década de 1920. Na igreja havia casamentos, primeira comunhão, missas fúnebres, festas ao lado da igreja. A igreja, a escola e o cemitério são os 3 pilares na construção de nossa comunidade.
Jornal AT – Nestes anos de pesquisa, o que mais tem lhes chamado atenção no perfil dos protagonistas que fazem a vida comunitária?
Euclides e Eluise – Como escrevemos no livro anterior e repetimos neste, entendemos que a história não é feita somente de heróis, epopeias e grandes homens: esperamos ter jogado mais um pouquinho de luz sobre os muitos considerados ‘a-históricos’ ou aqueles que a história oficial tenha esquecido.
Jornal AT – O que representa, para vocês, poder registrar a história da Igreja São Felipe e São Tiago e de toda a comunidade de Arroio Grande Central em um momento tão simbólico, de centenário? Já existe uma expectativa de público para a comemoração dos 100 anos? E que mensagem deixam para os que vierem participar do evento?
Euclides e Eluise – É uma oportunidade de ‘não esquecer a nossa história’. Se não for registrada e divulgada talvez será perdida ou mais difícil de ser contada. Fruto de uma longa caminhada, de pesquisas, leituras, interações com famílias, podemos afirmar que nos orgulha muito poder compartilhar o livro com a comunidade. Desejamos que a leitura desperte memórias, novas histórias e revisite muitas lembranças adormecidas pelo tempo e que o Centenário da Igreja nos sensibilize para a importância da união e do espírito comunitário, a força que sempre moveu nossas famílias pelo bem comum.
Diretoria dos 100 anos da Igreja São Felipe e São Tiago
Presidente: Emerson Frohlich e Elaine Frohlich
Vice-presidente: Rodrigo Kreutz e Cristina Schmitt
Tesoureiro: João Marcelo Hentges e Indiamara Wilsmann
Vice-tesoureiro: Jardes Bruxel e Valéria Bruxel
Secretário: Diana Ames e Adriano Dullius
Vice-secretário: Jaime Muller e Ilvene Muller
Conselho Fiscal: Euclides Scheid e Eluise Hammes; Daniel Frohlich e Ana Paula Ames; Ari Mayer e Glaci Mayer; Gilberto Jung e Anelise Bildhauer e Jonas Kafer e Silvane Bard Kafer





