O meio rural de Arroio do Meio ostenta cerca de 700 propriedades em plena atividade e outras 400 inativas ou com finalidades adversas. No entanto, o último levantamento da secretaria da Agricultura apontou pouco mais de 110 jovens rurais que podem fazer a sucessão na propriedade. Este é um dos gargalos das administrações públicas: ver inevitavelmente o número de propriedades rurais diminuir ao longo dos anos e encarar o desafio de manter a produção e a qualificação no nível conquistado.
Para o secretário da Agricultura Paulo Grassi e o vice-prefeito Klaus Werner Schnack, em visita ao jornal, a mudança no perfil das propriedades rurais tanto na produção como nas instalações, no uso de tecnologia e na maior concentração de animais em pequenas áreas, leva naturalmente o município a investir no tripé básico: acesso, energia e água. Além destes elementos fundamentais para produzir, citam os 15 cursos de qualificação nas mais diferentes áreas ligadas ao meio rural, como ferramentas para agregar valor à produção, nem que seja pequena. Klaus também integra a comissão de estruturação do interior do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) e aponta os eixos levantados: acessos asfálticos para levar igualdade de condições de desenvolvimento aos municípios; a busca do projeto de duplicação da RS-130, entre Cruzeiro do Sul e Encantado; e o reforço de energia elétrica.
Quanto ao reforço de energia elétrica, Grassi aponta sérias deficiências que ainda atrapalham o desenvolvimento rural em Arroio do Meio. Mas cita três projetos de melhorias incluídos em 2009 no Programa Luz para Todos, que estão resolvendo os problemas das localidades de Forqueta, Forqueta Baixa e Passo do Corvo. Trata-se de um investimento da AES Sul no valor de R$ 395 mil, beneficiando 219 propriedades rurais. “Recentemente também foram instaladas redes novas e dois transformadores na Cascalheira e efetuadas melhorias em Picada Arroio do Meio e São José de Palmas. Outro projeto de energia e poço artesiano deverá beneficiar as 24 famílias de quilombolas, na comunidade São Roque, em Palmas”, ressalta.
O acesso à água de qualidade igualmente avançou. Conforme Grassi, cerca de 750 famílias foram beneficiadas com 17 quilômetros de redes novas e de substituição de diâmetro. Dois novos poços com volume extraordinário de água foram perfurados em Arroio Grande e na Cascalheira, trazendo garantia de abastecimento diante da grande produção de suínos, aves e leite. São 90 e 70 famílias respectivamente contempladas com estas execuções. “No Morro São José mais 14 famílias tiveram extensão da rede de água. Picada Café, Forqueta e Dona Rita estão com processos em andamento para novo poço artesiano, bem como está prevista a reativação do poço em Linha 32. No Morro Três Pinheiros tem projeto para uma quarta fonte drenada”, comenta.
A secretaria trabalha com um orçamento de R$ 1,8 milhão, ou seja, 5,12% da previsão de orçamento global. Os maiores investimentos estão concentrados na contrapartida do programas Milho-Troca-Troca, Cheque-Incentivo, assistência veterinária e fechamento de silos. Em 2010, foram investidos R$ 223 mil na implantação do projeto piloto de erradicação da brucelose e tuberculose. Paulo Grassi afirma ainda que os agricultores estão sendo atendidos de forma igualitária no município e que estes têm potencial, sem precisar aumentar a área produtiva, de triplicar a produção de leite, passando de 60 mil para próximo de 200 mil litros por dia.