Eles foram recebidos pelo promotor de Justiça, Paulo Estevam Araujo, que em razão da coletividade da causa ostentou urgência de instauração de investigação civil, junto aos agentes reguladores estaduais e federais e Anatel, para busca de uma solução técnica.
Conforme Araujo, a carência confirma que o ritmo dos investimentos em gerenciamento de infraestrutura de telefonia móvel não foi proporcional ao ritmo de vendas. Tal carência, segundo o promotor, justifica a abertura do inquérito para checagem técnica no vale do Arroio Grande. “O celular é mais acessível e popular do que o telefone fixo”, assinala.
A comitiva entregou ao promotor um dossiê evidenciando que cerca de 467 pessoas das localidades de Arroio Grande Central, Arroio Grande Superior, Morro Leão, Morro Sete Barulhos, Cascata, Morro Tico-Tico e Picada Café, somando 80% população local, cerca de 300 propriedades, são afetadas pela falta de cobertura celular. Além de transeuntes e moradores das localidades de Cascata e Marinheira, em Capitão, nas divisas com Arroio do Meio.
De acordo com os representantes, as melhorias na cobertura de telefonia são fundamentais para impulsionar os negócios na agropecuária e nos setores industrial, comercial e de serviços. “Estamos solicitando a intervenção do MP para uma solução, para que a falta de telefonia móvel qualificada não seja mais uma causa para o êxodo rural”. A mesma comissão, através do vereador Romano Kunzler (PMDB) e do prefeito Sidnei Eckert, já manteve contato com os executivos das operadoras de telefonia móvel, especialmente a Oi e a Vivo, a fim de superaram o impasse, mas não obteve resultado significativo.
O relatório entregue à promotoria pública ainda contou com alguns anexos que detalham o perfil dos usuários da telefonia, bem como o potencial produtivo local, que movimenta mais de R$ 11 milhões anuais, só no agronegócio. Também em anexo estava um abaixo assinado que reuniu 30% das assinaturas entre os prejudicados.
Solução
A torre hoje utilizada para transmissão da internet via rádio é apontada como melhor opção para acomodar a antena que fará a cobertura da telefonia celular. Ela está localizada no Morro Sete Barulhos, tem 22 metros de altura e é fruto de uma obra realizada em parceria com a Arroionet, a Administração Municipal e a comunidade local. A cobertura completa, segundo estimativas extraoficiais, dependeria da instalação de um transmissor na torre e de dois pontos retransmissores, num raio de pelo menos cinco quilômetros.
Outro alarde para os usuários é a troca das codificações em CDMA para GSM, prevista para o fim deste mês. Troca que fatalmente implicará no descarte de antenas hoje utilizadas para melhor captura do sinal. Nestes casos o aparelho móvel funciona como fixo, pois precisa ficar conectado à antena, porém, a tecnologia será descartada, diminuindo ainda mais o número de beneficiados.
A comunidade não tem preferência por operadora, só quer a prestação do serviço. No entanto, todos acreditam que a Vivo atenderia as expectativas da maioria, pois soma 248 usuários, 54,87% do total. A Claro tem 162 usuários, 35,84% do total. A Oi 35 usuários, 7,74% do total. E a TIM somente sete usuários, 1,55% do total.
A instalação de redes de telefonia fixa, apesar da eficiência garantida, se torna inexequível em decorrência do alto custo financeiro, avalia o grupo.