Uma sensibilidade excessiva à luz, levando a um desconforto nos olhos. A isso chamamos fotofobia. “Essa sensibilidade é causada quando as células fotossensíveis da retina recusam o excesso de luz, provocando, então, o desconforto. Pode ocorrer nas pessoas em diferentes graus de intensidade, podendo o paciente se queixar de uma fotofobia leve ou até fotofobia bastante intensa. A fotofobia é um sintoma que pode ocorrer em pessoas com algumas alterações oculares ou mesmo que pode aparecer em pessoas que não apresentam nenhum tipo de lesão ocular”, explica o oftalmologista Roberto Fischer.
Em média, 3 de cada 10 brasileiros se queixam de fotofobia. Quando causada por uma doença ocular, suas principais origens são a catarata, as conjuntivites, as lesões na córnea (ceratites), as inflamações intraoculares (uveítes) e o olho seco. Qualquer alteração na córnea, como uma pequena cicatriz corneana acarretada por um corpo estranho (fagulha de ferro, por exemplo), pode causar fotofobia. As uveítes, como as causadas por toxoplasmose ou por doenças autoimunes (artrite reumatoide, etc), também podem ocasionar sensibilidade aumentada à luz. As cataratas, principalmente as do tipo subcapsular posterior, também cursam com fotofobia intensa.
Outra causa de fotofobia pode ser o astigmatismo, que é um problema de refração, que pode ser corrigido com óculos. No astigmatismo, a córnea passa a ter um formato mais oval. Com essa alteração, as imagens passam a ser projetadas na frente, atrás e em mais um ponto da retina, fazendo com que os portadores deste problema de refração enxerguem tudo mais desfocado, também podendo levar à fotofobia. Astigmatismo, a princípio, não é considerado doença, e sim, um vício de refração. Também algumas medicações ou drogas, tais como anfetaminas, cocaína, escopolamina, atropina, tropicamida, possuem efeito de aumentar o tamanho da pupila, levando à fotofobia.
Segundo Fischer, a fotofobia também pode ocorrer em olhos saudáveis. “Algumas pessoas apresentam o diâmetro pupilar maior do que outras. Sabemos que a pupila, nos nossos olhos, tem a função de regular a entrada de luz para a retina, funcionando como uma espécie de diafragma, que, quanto mais claro o ambiente, menor o diâmetro pupilar. Em ambientes escuros, onde há pouca claridade, a pupila se dilata, com a finalidade de deixar entrar mais luz nos nossos olhos. Pelo fato de algumas pessoas apresentarem pupilas de diâmetro maior, essas pessoas são mais propensas em reclamar do desconforto aumentado à claridade.”
O aumento da fotofobia no verão ocorre porque nesta estação há o aumento da intensidade da luz, os dias são mais claros. E também porque nos dias mais quentes há aumento da evaporação da lágrima, exacerbando os sintomas de olho seco, que é uma das causas de fotofobia.
Fischer explica que a fotofobia é tratada através da alteração que está por trás deste sintoma, como os listados anteriormente. Para as pessoas que não apresentam nenhuma doença ocular, mas que mesmo assim se queixam de fotofobia, o uso de óculos escuros é uma boa alternativa, completa.