Neste sábado, 21, inicia uma nova visita de uma comitiva gaúcha à Galícia, Espanha, coordenada pela Secretaria Estadual de Agricultura, integrada por líderes do setor de produção de leite e outras autoridades, inclusive o promotor de Justiça da Comarca de Arroio do Meio, incentivador do projeto piloto de combate e erradicação da tuberculose e brucelose, em desenvolvimento nos seis municípios da região.
O objetivo da viagem é ampliar as relações que vêm sendo construídas desde 2008 com o país europeu, buscando novos subsídios técnicos para um maior desenvolvimento de uma atividade econômica de grande importância no Vale do Taquari. Vale que produz por ano em torno de 330 milhões de litros de leite, resultando em um retorno de mais de sete milhões de reais em ICMS e um giro de aproximadamente 500 milhões de reais no comércio, serviços, indústrias.
O estado da Galícia é um parâmetro em termos de qualidade genética, de organização da cadeia de produção de leite e, sobretudo no que se refere à sanidade do rebanho animal, com as propriedades certificadas e livres de doenças.
Da mesma forma como foram as viagens anteriores, esta próxima será benéfica para a nossa região e ajudará a motivar os produtores a adotarem necessários procedimentos e aos poucos promoverem as inovações que o mercado consumidor vem exigindo.
Nove acordos não cumpridos
Assunto exaustivamente abordado nesta Coluna, merece mais uma citação, porque desta vez os produtores integrados da Doux Frangosul conseguiram sensibilizar o Ministério Público e o órgão passa a investigar a situação da empresa.
A tolerância e os votos de confiança dos integrados chegaram a um limite, considerando que o valor do débito da indústria aproxima-se de 50 milhões de reais, penalizando em torno de 2.300 produtores que atuam, principalmente, na produção de suínos.
Sindicatos de Trabalhadores Rurais e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura vêm, desde 2009, promovendo reuniões, estabelecendo cronogramas de pagamentos, concedendo novos prazos, mas, um total de nove acordos firmados anteriormente não foram cumpridos ou honrados.
Possivelmente uma ação enérgica do MP fará com que a empresa dê prioridade à quitação de seus débitos para com quem fornece a matéria-prima para a indústria. Trata-se de uma questão de humanidade e de respeito com os que trabalham com sacrifício e que muitas vezes fazem altos investimentos para a obtenção de bons resultados.
Menos dinheiro para a saúde
A tão falada “PEC 29”, Projeto de Emenda Constitucional, em debate desde 2000, cuja regulamentação foi sancionada nesta semana pela presidente da República, frustra a expectativa de quem imaginava que a saúde pública passasse a ter mais dinheiro para as muitas ações e programas.
Apenas os municípios serão os entes que terão uma vigilância permanente, de parte dos órgãos fiscalizadores. O nosso Estado não vai honrar a sua parte, já anunciando que não terá recursos para destinar 12% de suas receitas para a área. E o governo federal não tem definido nenhum percentual, como comprometimento efetivo. Portanto, com a PEC 29 “resolvida”, ou melhor, enterrada, nada vai mudar e os inaceitáveis problemas da falta de assistência seguirão com os tristes capítulos. Mais uma promessa não cumprida.