De longa data o agronegócio brasileiro serve para dar um equilíbrio nas principais atividades econômicas do país. É comum observarmos que o índice de crescimento do setor desponta e principalmente no comércio internacional os produtos agrícolas constituem-se em moeda de troca e a nossa balança comercial tem nas exportações que o agronegócio proporciona um mecanismo de troca muito importante.
Não há dúvidas quanto à importância da produção primária na economia nacional e, sabidamente, normalmente o setor não tem tido a correspondente atenção dos órgãos governamentais. É bem verdade que nos últimos anos não têm faltado recursos financeiros, linhas de crédito para o setor, mas nem sempre este é um fator decisivo para as atividades. A maior dificuldades continua sendo a falta de garantias, falta de segurança para os produtores, como, por exemplo, no presente momento está ocorrendo, especialmente no Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina.
Os produtores que contrataram empréstimos possivelmente conseguirão uma indenização para as safras perdidas em função da seca, através do Proagro. Porém, os que utilizaram recursos próprios, não conseguirão uma compensação para as perdas. Além da ausência de um seguro agrícola propício, a insegurança na comercialização da produção é um permanente motivo para o desestímulo para “novos agricultores”.
Feitas estas considerações iniciais, constatamos que, apesar de tudo, existem fatores que indicam para um horizonte otimista, quando se trata da produção agropecuária.
A Cooperativa dos Suinocultores de Encantado (Cosuel) estima para 2012 um crescimento de 14% no seu desempenho econômico. É um dado impressionante, se considerarmos as previsões em relação à economia mundial. O próprio Brasil não deverá alcançar 50% desta projeção e, se chegar a isso, será excelente.
Esta performance da Cosuel é de relevância para a região, visto que pelo menos duas de suas principais atividades – produção de leite e a suinocultura, constam como carros-chefe de suas boas expectativas. Pois, em 2009, a cooperativa abatia em torno de um mil suínos por dia e para 2013 esse número poderá chegar a três mil abates diários. E na produção de leite, em 2009 a Cosuel processava 400 mil litros por dia, com a meta de chegar em 2013 a 1,2 milhões de litros/dia.
No município de Travesseiro, deverá concretizar-se o projeto da instalação de uma agroindústria de produtos lácteos. Terá uma capacidade inicial de processar 15 mil litros de leite por dia, absorvendo a produção de leiteiros da região.
Deveremos ter, já nos próximos meses, os primeiros resultados concretos do Suasa (Sistema Unificado de Inspeção de Produtos de Origem Animal). A efetivação deste sistema dará um indispensável suporte às agroindústrias que hoje têm barradas as suas atividades, por não poderem comercializar os seus produtos fora de sua base municipal. É um segmento que com esse apoio tende a crescer e tornar-se um instrumento de desenvolvimento para iniciativas da agricultura familiar.
O Ministério da Agricultura intervém na produção de leite. A publicação da Instrução Normativa 62 representa a preocupação do governo federal com o aumento da qualidade do produto. O programa de erradicação da tuberculose e brucelose estender-se-á a todas as regiões produtoras de leite e será um instrumento de valorização do produto.
Portanto, o 2012 acena com possibilidades e oportunidades para o setor primário, apesar de não ficarmos livres de desafios e de dificuldades.